segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Adequação sexual é nova fase na vida de transexuais

Do site A Capa
Por * Diana C. 23/12/2008 - 17:25


Cabelos compridos e jeito feminino. Estas podem ser, mas não necessariamente, as características de uma mulher ou de um homossexual. Agora, acrescente as palavras personalidade ou identidade feminina. Aí, a conversa toma outro rumo.

Raquel completou recentemente 24 anos, mas somente há três se sente completa. Antes se considerava diferente, com um detalhe a mais: o pênis.

Quando nasceu, D** foi levado por sua mãe ao psicólogo. A busca por uma possível explicação e a queixa ao médico era de que, ao sair das fraldas, seu garoto, ao invés de urinar em pé como qualquer outro, insistia em fazer xixi sentado. Como era de se esperar, o médico afirmou que se tratava de uma criança normal e sadia. Porém, não era um menino somente com traços femininos e sim uma menina em um corpo masculino.

A partir desta consulta, Raquel conta que sua mãe passou a deixá-la mais livre para que aos poucos fosse se encontrando. "Meu cabelo sempre foi comprido, eu não usava roupas masculinas. Evitava só saia e vestido, mas de resto usava tudo", relembra.

Vista como uma menina, Raquel não enfrentou grandes preconceitos na infância. Porém, vivia uma crise interna que nem ela mesma entendia. E, aos sete anos de idade, Raquel tentou, em um momento desesperado, livrar-se de algo que acreditava não lhe pertencer. "Cheguei a tentar cortar o pênis, não queria aquilo", pensava. Duas cicatrizes deixadas com uma faca fez com que Raquel nunca mais se esquecesse deste dia.

Com 14 anos, em casa, ao mexer nas coisas de seus tios, Raquel achou uma revista que mudou completamente seu modo de pensar. A Playboy da transexual Roberta Close, edição de Maio de 1984, fez com que ela iniciasse a verdadeira busca por sua identidade de gênero. Como quem é da casa reconhece os parentes, Raquel viu entre as duas uma semelhança, que constatou ser verdadeira após as explicações de seus familiares sobre quem era a modelo da revista. Foi aí que Raquel decidiu: "é isso que eu quero."

Pesquisando cada vez mais sobre o assunto e as possíveis cirurgias, com 16 anos descobriu os hormônios e começou a tomá-los. Seu corpo foi tomando forma e, por ser alta e magra, Raquel começou a trabalhar como modelo feminino em eventos e desfiles.

Foi em um destes eventos que Raquel conheceu o médico responsável por sua cirurgia. "Como médico, ele me viu e percebeu que havia alguma coisa errada. Começamos a conversar sobre uma possível cirurgia". Nesse momento Raquel não teve dúvida. Iria, finalmente, se encontrar e viver como uma mulher completa.

Acertados os detalhes para a cirurgia de mudança de sexo, aos 17 anos Raquel começou a passar pela bateria de exames pré-operatórios, tanto psicológicos como físicos. "Os médicos constataram que até a minha estrutura óssea era feminina e a parte que cabe a mulheres no cérebro, a memória fotográfica, eu possuía de forma predominante".

Tudo finalizado na questão dos exames, assim que completou a maioridade, Raquel estava pronta para colocar em prática seu grande sonho. Porém, a dificuldade para achar um hospital gabaritado para este tipo de cirurgia em São Paulo retardou em dois anos seu desejo. E, com 20 anos, cansada de procurar algo em São Paulo, resolveu e partiu sozinha para Porto Alegre,"onde meu médico tinha clínica, e decidi que faria lá mesmo a cirurgia". E fez.

No dia 24 de Abril de 2004, Raquel deu adeus ao passado e não só começou uma nova etapa em sua vida, como também aos 21 anos teve sua primeira relação sexual. "Demorei, pois sentia nojo e vergonha do meu próprio corpo, não conseguia ficar nua na frente de ninguém antes da cirurgia".

Antes da cirurgia, Raquel não pensava na alteração de seu nome de registro, o qual não quis que fosse divulgado. "Não me preocupava com o nome, minha única preocupação era meu corpo. Tanto é que só fui dar entrada ao processo de alteração [de nome] três anos depois da cirurgia", declarou.

Para se tornar Raquel Munhoz no documento de identidade, ela aguarda apenas um exame que é realizado pelo governo. "Assim que me chamarem faço o exame para que o juiz possa autorizar a alteração no documento", explica.

Desfilando e realizando shows em casas noturnas, Raquel define seu momento como uma "Nova fase... Adeus ao passado" e finaliza dizendo que "agora sim, olho no espelho e vejo meu reflexo".

* Matéria originalmente publicada na edição 13# da revista A Capa (Maio/08)
** A pedido de Raquel seu nome de registro foi preservado.

A matéria original pode ser lida no site A Capa, clicando aqui.
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domingo, 28 de dezembro de 2008

Filmes - Ed Wood

Filme de Tim Burton, de 1994, com Johnny Depp interpretando Ed Wood, Martin Landau no papel de Bela Lugosi e ainda conta com Patricia Arquette, Sarah Jessica Parker (do seriado Sex and The City) no papel de Dolores Fuller e Bill Murray como a transexual Bunny Breckinridge.

Trata da biografia de Edward D. Wood Jr., aquele que ficou conhecido pela fama de ser o pior diretor de todos os tempos. Fama injusta, em minha modesta opinião, pois Ed Wood tinha rompantes de genialidade, mas por outro lado um gênio difícil, fazia filmes de baixíssimo orçamento, com predisposição para associar-se a atores desconhecidos e/ou decadentes, como no caso de Bela Lugosi, que estava em final de carreira, depois de ter seus momentos de sucesso em filmes de terror, especialmente no papel de Drácula.

Pois bem, Ed Wood ao seu tempo era o que chamamos de crossdresser hoje em dia. O personagem aparece em trajes femininos durante algumas passagens do filme e em outras, mostra aliviar-se um bocado da ansiedade pelo simples fato de usar um casaco angorá feminino sobre suas roupas de homem.



A história também explica um pouco do que aconteceu na época das filmagens de "Glen or Glenda", filme em que o personagem título é claramente baseado na experiência pessoal de Ed Wood como crossdresser, e interpretado por ele mesmo, com o pseudônimo de Daniel Davis.

Dizem que Ed Wood captou (escassos) recursos para filmar a história da transexual Christine Jorgensen, de grande repercussão na época, e terminou filmando sua própria história de crossdresser, relegando a uma personagem transexual inspirada em Jorgensen uma aparição secundária no filme.


Confira aqui o trailer do filme no YouTube:



E o link para a ficha completa do filme no Internet Movie Database (IMDb), sendo que para acessar a ficha dos atores/diretores citados, basta clicar no nome deles:

http://www.imdb.com/title/tt0109707/

Para baixar o filme por torrent, com legendas em português, clique aqui.

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Filmes - Glen or Glenda

Um clássico de Ed Wood, filmado em 1953, por aquele que injustamente levou a fama de ser o pior diretor de todos os tempos.

Na verdade, creio que Ed Wood era uma espécie de gênio incompreendido, fazia filmes autorais, polêmicos e com muito pouco orçamento, por isso que ficou com essa fama.

"Glen or Glenda" é um filme, talvez o primeiro em toda a história do cinema, que aborda o crossdressing e o transgenerismo de forma séria. Apesar do título, não se resume a somente essa história.

Ao longo dos tempos, o filme recebeu outros títulos, a.k.a. "Confessions of Ed Wood", "He or She ", "I Changed My Sex", "I Led 2 Lives (UK)" e "The Transvestite".

Dizem que Ed Wood ficou extremamente impressionado com a repercussão do caso de Christine Jorgensen, a primeira transexual operada que se tem notícia, captou (pouco) dinheiro para filmar a história dela e, no fim das contas, teria feito o filme com o personagem título inspirado em sua própria experiência como crossdresser, deixando para apresentar um caso de transexualismo, claramente baseado em Christine como uma história secundária.

Ao menos, essa é a versão que Tim Burton nos passou no filme que fez sobre a vida do diretor.

No elenco, o lendário Bela Lugosi, famoso pelos papéis de Drácula, faz o papel de um cientista (louco?), que narra a história em off e se encarrega, com sua voz cavernosa, sentenças e comentários bizarros, de dar ao filme seu ar mais trash.

No papel de Glen/Glenda, o próprio Ed Wood, que na época apareceu nos créditos com o pseudônimo de Daniel Davis. A desconhecida Dolores Fuller interpreta a noiva de Glen (vejam os dois na foto ao lado), naquela que é considerada por muitos uma das piores interpretações de todos os tempos. Maldade, pois achei ela muito bem no papel de loira meio caipira, ingênua e burrinha.

Tudo começa quando uma crossdresser (chamada de travesti/transvestite) é encontrada morta (foi suicídio). A partir da carta que ela deixa, justificando o suicídio em função do desconforto em viver no sexo errado, o Inspetor Warren (Lile Talbot) se interessa pelo tema e vai buscar explicações com um psiquiatra que já tratou alguns transgêneros.

E o psiquiatra é quem explica, de forma didática os mais variados aspectos do transgenerismo e as diferenças entre eles. Para ilustrar, conta a história de Glen/Glenda e depois de Alan/Anne (Tommy Haynes), uma transexual operada, comparando e explicando as variações de comportamento entre os casos.


Notem que na época, a palavra crossdresser ainda não era utilizada e eles referem-se o tempo inteiro ao personagem Glen/Glenda como travesti (transvestite), embora ele seja um típico caso do que hoje nós conhecemos como CD.

É que o filme foi feito na década de 1950 e a expressão crossdresser começou a ser utilizada a partir do anos 60.

Confiram a seguir o trailer no Youtube:



E o link para a ficha do filme no Internet Movie Database (IMDb), sendo que para acessar a ficha dos atores, basta clicar no nome deles:

http://www.imdb.com/title/tt0045826/

Para baixar o filme por torrent, clique aqui. E as legendas em português, neste link.
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sábado, 27 de dezembro de 2008

Homem de saia, salto alto, batom e lingerie

CROSSDRESSERS: Heterossexuais que sentem prazer ao se vestir de mulher

Desde a infância, Roberto preferia estar no grupo das meninas, e olhava mais para vitrines femininas. Quando jovem, usava roupas da mãe ou da irmã, em segredo.

“Você repara mais em coisas que só mulheres reparam”, afirma. Ele não é homossexual, mas sente prazer em se vestir como mulher. Roberto é um crossdresser (CD) e Vanessa está incorporada à sua personalidade.

O crossdressing é um tipo de travestismo considerado Distúrbio de Identidade de Gênero – quando a pessoa não se adequa ao seu gênero físico. Segundo a psicanalista Eliane Kogut, cujo tema da tese de doutorado foi o crossdressing masculino, ele é um distúrbio principalmente do ponto de vista cultural, pois vai contra costumes e tradições vigentes. Ela acredita que, futuramente, o crossdressing deve ser visto de outra forma, como a homossexualidade, que deixou de ser considerada um distúrbio em 1974.

Segundo Roberto/Vanessa, o que os CDs sentem é a necessidade de vivenciar o sexo feminino. “Queremos nos vestir e nos portar como uma mulher. É assim como uma necessidade que se tem de fumar ou beber”, conta. Eliane concorda e diz que não se trata de uma escolha. “Se eles não se vestirem, a angústia vai a níveis muito elevados. É como uma droga, porque existe uma espécie de fissura”. Essa angústia oscila entre a vontade incontrolável de se vestir de mulher e a negação total do ato.

Os CDs normalmente começam a se travestir ainda na infância, antes da chegada da puberdade. Segundo a pesquisa de Eliane, a maioria começa entre quatro e seis anos de idade. Não há comprovação de que haja alguma relação com a carga genética, porém, acredita-se que o fator biológico e o cultural se complementam na formação de um crossdresser. “A influência cultural pode vir de uma mãe apagada, um pai mais agressivo, ou mais ausente, que seja alguém com quem o filho não queria se identificar”, explica a psicanalista.

Caricaturas de mulher

Eliane ressalta ainda que há grandes diferenças entre os travestis ‘normais’ e os CDs. Os travestis são homens com características femininas adquiridas por meio de hormônios ou plásticas, que agem e se vestem como uma mulher, e geralmente são homossexuais. “O CD é um travesti diferente, que tem a vida masculina estruturada também”, explica. A imagem que se tem dos travestis está muito associada à marginalidade. Os CDs são, na maioria, pessoas bem sucedidas, que trabalham e levam vidas relativamente normais.

Segundo Vanessa, eles não têm a pretensão de se tornarem mulheres perfeitas. “As mulheres já nascem prontas. Nós passamos por todo um aprendizado e chegamos a uma caricatura do que é uma mulher”. Muitos CDs, que são heterossexuais em sua maioria, brincam que gostam tanto de mulheres que resolveram tornar-se uma.

Se o CD é solteiro, pode formar seu guarda-roupa feminino com mais liberdade. Já quando é casado, contar para a esposa é um passo difícil. Muitas vezes, essa condição não é aceita pela mulher, o que pode inclusive acabar com relacionamentos. No entanto, muitas apóiam e, às vezes, até participam.

Vanessa foi casada por 20 anos, e sua esposa não aceitava a situação. Seus dois filhos não sabem que o pai é CD. “Eu viajava muito, aí levava as roupas e me satisfazia escondido”. Vanessa, no entanto, acredita que o principal não é a aceitação dos outros, mas a própria. “Várias vezes eu tentei negar isso. Mas até você descobrir quais são seus limites, é um caminho dolorido”, diz. Quando ainda não sabia o que era o crossdressing, achava que era homossexual. “Eu sabia que a sociedade não aceitaria, eu não queria ser gay! E, ao mesmo tempo, eu nunca me senti atraído por menino nenhum”, lembra.

Eliane diz que eles pensam que são aberrações até descobrirem que existem pessoas com o mesmo problema. A facilidade de encontrar informações na internet e organizações como o Brazilian Crossdresser Club (BCC) ajudam muito. O BCC realiza eventos para que os CDs possam conviver socialmente e aproveitem momentos de encontro para ficarem ‘montados’ (vestidos de mulher). Compartilhar as experiências com pessoas que passam por situações semelhantes é muito importante para eles, segundo Eliane.

Marido, pai e crossdresser

Atualmente, Vanessa diz que só se relacionaria com uma mulher que aceitasse e tivesse pleno conhecimento do crossdressing. “De que adianta amar uma pessoa, mas não compartilhar com ela minha totalidade? Não quero mais esconder, já chega o que escondo no trabalho e da família”, afirma. Como mora sozinha, Vanessa tem mais liberdade para guardar suas peças femininas. “Tenho um guarda roupa que qualquer mulher teria, e há muito tempo que só uso lingerie feminina”, revela.

Para os que têm a cumplicidade da esposa, fica mais fácil assumir o crossdressing. Reinaldo é casado, tem filhos e parte de sua família conhece seu outro lado. No escritório em que trabalha, onde também é o chefe, não esconde Kelly de seus funcionários. “Eu consegui transmitir para eles que o Reinaldo é o que é, um bom profissional, e é isso que importa”. Mas, quando está montado e encontra algum conhecido, a desculpa é sempre algo do tipo ‘perdi uma aposta, por isso estou assim’. O anonimato, segundo ele, é o ‘grande barato’ do crossdressing. Vanessa concorda: “Seu vizinho ou alguém da sua família pode ser um CD, e você, talvez, nunca saiba disso”.

Carlos/Patrícia é hétero convicto e nunca teve dúvidas sobre sua sexualidade. “Mulher põe roupa de homem e ninguém liga. Mas se um homem põe uma sandália, uma saia, é gay. Não posso fazer isso e continuar a ser heterossexual?”, questiona. No entanto, ele admite que o crossdressing não é considerado “normal” na sociedade, e respeita a visão de quem não entende. Ele acredita que por ter desenvolvido mais seu lado feminino consegue também entender melhor as mulheres. “Vou comprar roupa no shopping junto com a namorada, a gente dá opinião um pro outro, é uma relação diferente”, explica. Rafaela, sua namorada, completa: “É como se fosse a sua melhor amiga, mas é seu namorado ao mesmo tempo”.

Crossdressing não é fetiche

Segundo a tese de Eliane, uma parte dos CDs é bissexual e outra é heterossexual. Ela não conheceu, durante toda a pesquisa, um crossdresser que fosse homossexual. Quanto ao erotismo, que é aquilo que provoca e mantém a excitação, eles não se enquadram em nenhuma dessas opções. Para um homem homossexual, por exemplo, o objeto de desejo é outro homem. Para o heterossexual, é o sexo oposto. Mas, para os CDs, apesar de terem relações com os dois gêneros, o erotismo não está voltado para a outra pessoa, e sim para a própria figura feminina que eles constroem.

Essa figura não é uma personagem, porque não se trata de uma atuação. “São eles próprios”, diz Eliane. E também não é apenas um fetiche porque, no caso dos fetichistas, a relação com o vestuário feminino não está associada ao transtorno de gênero. É apenas um desvio do objeto de desejo sexual para peças específicas, como calcinhas ou sapatos de salto alto. “Esses que têm apenas o fetiche de botar uma calcinha e aparecer no Orkut ou numa webcam não são CDs de verdade”, explica Vanessa.

A grande diferença, de acordo com Eliane, é que os CDs têm alguns componentes femininos na personalidade. Mas a mulher que eles acreditam ser é criada do ponto de vista masculino, a partir do que eles acham que a mulher é e pensa. “As mulheres não sentem prazer em balançar os cabelos, com o ‘toc toc’ dos tamancos, ou em vestir uma meia calça, por exemplo. Mas, para eles, o prazer de ser mulher é vestir a roupa e balançar os cabelos”, exemplifica a psicanalista.

JULIANA VITULSKIS

Matéria do Jornal Comunicação, jornal laboratório do curso de Jornalismo da UFPR - Universidade Federal do Paraná, Edição 08 - Novembro de 2008.

A edição inteira do jornal, em PDF, pode ser baixada nesse endereço:
http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/files/impresso/1108.pdf
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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Melhor atleta do salto com vara da Alemanha faz cirurgia e muda de sexo

Yvonne Buschbaum passa a se chamar Balian e comemora sua 'liberdade'

23/12/08 - 10h00 - Atualizado em 23/12/08 - 10h05


GLOBOESPORTE.COM

Postdam, Alemanha


Balian, ex-Yvonne: por mudança de sexo, ex-atleta da Alemanha abandona o esporte

Yvonne Buschbaum, melhor esportista do salto com vara da história da Alemanha, agora se chama Balian. Com resultados que a levaram ao quarto lugar do ranking mundial em 2003, a ex-atleta largou o esporte e fez um longo tratamento para mudar de sexo.

Balian anunciou no final de 2007 que se sentia “um homem no corpo de uma mulher” e, por isso, largaria o atletismo para tomar hormônios e fazer uma cirurgia para ganhar órgãos sexuais masculinos.

A operação foi realizada este mês em Postdam, na Alemanha, e a ex-saltadora, que ainda está no hospital, se mostrou realizada em seu site na internet.

- Hoje acordeu em completa liberdade; o céu está aberto – comemora Balian, que decidiu não conceder entrevistas.

Após a mudança, ex-atleta, que também pensou em se chamar Ivan em sua nova vida, não pode mais participar de competições oficiais, pois seria flagrada no exame antidoping por uso de testosterona.


Clique aqui para ler a notícia no site GLOBOESPORTE.COM
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sábado, 20 de dezembro de 2008

O fim da identidade de gênero

Masculino x feminino: a diferenciação de gênero não faz mais sentido

Por Ana Cláudia Simão
Publicado em 17/12/2008 às 15:51, no site Dykerama

Fotos




Crédito: Reprodução
Hoje, masculino e feminino se misturam



O homem e a mulher do século XXI podem ser cada um deles masculinos e femininos ao mesmo tempo? Este homem pode usar brincos, colares, rabo de cavalo e camiseta cor de rosa e ser macho? E esta mulher pode ser independente, autônoma, ter sucesso e ser feminina? A maioria das pessoas com quem conversei disse que sim.

Ao mesmo tempo vejo que há um grande antagonismo criado pelo sistema patriarcal. O homem e a mulher ainda são pressionados a exercer seus papéis antigos. Ainda hoje escutamos com uma certa freqüência: "O homem que é macho mesmo não usa rosa, é provedor, tem sucesso, não chora e é namorador. A mulher, por sua vez deve ser delicada, carinhosa, frágil, cheirosa, maternal e administradora do lar".

Podemos então entender que este homem e esta mulher criados pelo sistema patriarcal são pessoas estereotipadas. Não estão sendo elas próprias, estariam negando seus próprios sentimentos, aspectos de suas personalidades, seus desejos mais profundos para se submeterem às exigências sociais.

Acredito que chegaremos a um ponto em que a diferenciação de gênero não fará mais sentido. As pessoas não serão mais identificadas de acordo com seu sexo biológico; o feminino e o masculino não estarão mais vinculados ao sexo. Como já vem acontecendo, por exemplo, ter um pênis e ter identidade de gênero feminino sem qualquer estranheza.

As mudanças no comportamento do homem e da mulher do século XXI são evidências importantes que mostram o esfacelamento das certezas que definem raças e sexos. Atualmente, certos comportamentos e atitudes tidos como estritamente femininos estão sendo incorporados pelos homens, que hoje ocupam tanto ou mais tempo que as mulheres cuidando da aparência, investem em cosméticos e realizam tratamentos estéticos. Os ditos metrossexuais não se sentem mais envergonhados de realizar rituais diários de beleza e escolher cuidadosamente roupas e acessórios. O mesmo acontece com a mulher atual. Hoje, ela está no mercado competindo, buscando independência financeira e autonomia.

Aos poucos estamos seguindo rumo ao fim da idéia do sexo biológico ser o demarcador do feminino e masculino como divisor social. Uma nova noção de cidadania deve ser construída, eliminando-se preconceitos, discriminação e marginalização daquele que quer ser ele mesmo sem ter que exercer os estereótipos estipulados pela sociedade ocidental.

O masculino e o feminino se constroem e se destroem nas disputas de poder. Nada tivemos, por exemplo, durante décadas sobre as relações de gênero para gays, lésbicas, trangêneros, transexuais, bissexuais etc. As pessoas sofrem tentando construir suas identidades, sexual, e de gênero mediante exclusão.

Na verdade, a diferença entre os sexos é anatômica e fisiológica. De resto, é fruto de nossa cultura. Todo homem e toda mulher podem ser autônomos, independentes ou dependentes, fracos e fortes, dependendo de cada um. O respeito à diversidade e a exclusão de dogmas e mitos sociais nos levará à liberdade de sermos o que realmente queremos ser: nós mesmos. Independentemente de nosso sexo biológico.

* Texto originalmente publicado na edição de dezembro da revista L’Uomo.

Leia também:

:: Psicóloga Ana Cláudia Simão fala sobre a evolução da psicologia no entendimento das diversas sexualidades


Clique aqui, para conferir a matéria, no site Dykerama.

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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Filmes - Quase Uma Mulher (Just Like a Woman)

Filme de Christopher Monger (1992), com Adrian Pasdar e Julie Walters.

Com toda a certeza, é o filme mais bem feito e que melhor aborda o crossdressing até hoje, embora até onde eu possa lembrar, a expressão não tenha sido usada no filme.

Baseado na história real de Gerald/Geraldine contada no livro "Geraldine" escrito por sua companheira (S/O) Monica Jay, o filme aborda com leveza e de forma tocante a vida de Geraldine, com diversas situações que também devem ter sido vividas pela maioria das CDs.

Gerald (Adrian Pasdar), é um jovem bancário americano que mora com sua esposa e duas crianças. Em seu emprego, ele é um cavalheiro ambicioso que realiza ótimos negócios.

Mas ele tem um hábito secreto: gosta de se vestir de mulher. Guarda seus pertences em uma maleta especial, com espelho interno e luzes para iluminá-lo.

Para ele tudo é maravilhoso, até que um dia sua esposa vai viajar com os filhos. Gerald abre sua maleta e espalhas as roupas femininas pelo quarto. Mas a esposa volta inesperadamente, descobre as roupas e o expulsa de casa, achando que eram de uma amante.


Então, Gerald tem que procurar outro lugar para morar.

Monica (Julie Walters), é uma dona-de-casa divorciada após um longo e chato casamento que procura inquilinos para ocupar sua enorme casa, e está encantada com o novo inquilino que para lá se mudou. Para sua alegria, a atração parece ser mútua.

O relacionamento avança, Monica vai aos poucos descobrindo o lado feminino de Gerald, que se chama Geraldine, até se tornar sua companheira que no futuro escreveria o livro que deu origem ao filme.

História sensacional, tocante e muito bem filmada, baseada em fatos reais. Mostra diversas passagens na vida de uma crossdresser, com as quais a maioria das CDzinhas certamente vai se identificar.

Imperdível !!!

Segue a ficha do filme no Internet Movie Database (IMDb):

http://www.imdb.com/title/tt0104576/

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E, numa dica especial, do tipo oferta de Natal, para todas amigas CDzinhas e admiradores do tema, descobri que as Americanas estão vendendo o filme em uma edição da Revista do DVD, por absurdos, impensáveis e inimagináveis R$ 8, 49.

Isso mesmo, pela "fortuna" de oito reais e quarenta e nove centavos, qualquer um pode ter o melhor filme sobre crossdressing já feito em sua casa. Aproveitem !

http://www.americanas.com.br/AcomProd/589/290207


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O Novo Jornal do BCC e sua História

A História do Jornal do BCC

O precursor de todas as publicações eletrônicas para o público crossdresser do Brasil foi lançado em 1997 com o nome BCC Magazine editado por Liane Ferraz e Mayara Frade (já falecida). Era apresentado em um web site sob a forma de uma Revista e trazia já reportagens e assuntos pertinentes ao meio Crossdresser.


Em seguida nasceu o jornal NEWS que a mesma Liane Ferraz colocou no ar com a intenção de transformá-lo em uma versão já oficial para o Brazilian Crossdresser Club, sendo batizado então de BCC News.


Depois de certo tempo na Internet e somente podendo ser acessadas por associadas do BCC, este jornal foi extinto retornando em 1999 com o nome JTB (Jornal Transgender do Brasil) por iniciativa de Deborah Cristina (Debbi) que assumia então a direção do BCC. Infelizmente esta publicação também ficou pouco tempo no ar.


Outras tentativas de ser feito um jornal voltado ao público Crossdresser foram feitas por algumas associadas como o Jornal Crossdresser do Brasil, numa idéia da Betinha Bardotti, que na época não chegou a ser editado. Em 2002, a saudosa Ângela “Guta” Giacometti teve colocou no ar um Editorial mensal, porém ela não quis levar adiante a sugestão de Suzy Kelly de transformá-lo em um jornal oficial.


Em novembro de 2002, o Jornal Crossdresser do Brasil é publicado e toma força sendo publicado através de edições mensais, informando o público crossdresser com dicas, novidades, notícias, moda, esclarecimentos, entrevistas e o que de importante saiu nos jornais e nas revistas e tudo mais que se relacione ao público ao qual se destinava. No começo, estas edições do jornal ainda eram somente compartilhadas com as associadas que freqüentavam o Fórum do BCC, o que restringia o acesso a poucas pessoas.


Em 2007 muda a Diretoria sendo transformada em um sistema presidencial, onde Kelly Silva Neta assume a Direção Geral do Clube, a responsabilidade é dividido entre várias diretorias onde a Direção Cultural é assumida por Vera Jardim que tomou a iniciativa de remodelar o Jornal Crossdresser do Brasil que andava um pouco desgastado. Foi criado o Jornal do Brazilian Crossdresser Club, em edição bimestral tazia a colaboração de muitas associadas, com assuntos de saúde, direito, charges, comportamento, opinião e muito mais, sendo muito bem recebido por todos que o liam.


Infelizmente, nossa querida diretora Vera Jardim sofreu um acidente fatal e nos deixou. Coube a mim como sua sucessora na diretoria Cultural do BCC levar adiante muitos dos projetos que ela estava por cuidar, dentre eles, o Jornal do BCC o qual remodelei criando uma apresentação estilo BLOG onde poderemos mostrar de maneira mais direta, os assuntos de interesse do publico leitor.


Espero que gostem desse nosso trabalho que é feito com muito amor, pensando em todas vocês que precisam de informações adequadas e sem fantasias sobre o mundo Crossdresser e o universo em geral.


Maria Luiza
Diretora Cultural do BCC


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O novo Jornal do BCC, agora no formato de blog, entrou no ar ontem à noite, 15 de dezembro de 2008 e será, com toda a certeza, a maior e mais dinâmica fonte de informação e de atualização para todas as crossdressers brasileiras.


O conteúdo pode ser conferido na nossa listagem de blogs favoritos, à sua direita, ou diretamente pelo link:

http://blog.bccclub.com.br/


Boa leitura a todas(os).

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Sueco ganha direito de usar nome de mulher

11/11/08 - 07h22 - Atualizado em 11/11/08 - 07h47 (Portal G1)


Jan-Olov Ågren conquistou na Justiça o direito de ser chamado de Madeleine.


Da BBC


Um homem sueco que gosta de se vestir de mulher ganhou na Justiça o direito de ser chamado oficialmente de Madeleine.


O sueco Jan-Olov Ågren, que vive na cidade de Luleå, havia solicitado ao fisco sueco que trocasse seu nome para Jan-Olov Madeleine Ågren. No entanto, a instituição negou o pedido, argumentando que não seria apropriado para um homem ter um nome de mulher.

Em uma decisão inédita, o tribunal da região de Norrbotten, no norte da Suécia, determinou a anulação da decisão do fisco sueco.


"Eu realmente não esperava que isso pudesse acontecer", confessou Ågren em entrevista ao jornal sueco Norrbottens-Kuriren.




"Já recebi até uma carta do Vägverket (Departamento Nacional de Trânsito sueco) dizendo que preciso fazer uma nova carteira de motorista, uma vez que ganhei um novo nome", comemorou ele.


Jan-Olov Ågren gosta de se vestir de mulher ocasionalmente, e quando se veste assim, prefere ser chamado com o nome que escolheu - Madeleine.

Seu novo nome, portanto, é Jan-Olov Madeleine Ågren: Jan-Olov para os dias em que estiver vestido de homem, e Madeleine para quando quiser usar roupas de mulher.


Em seu veredicto, o tribunal de Norrbotten determinou que a decisão do fisco sueco baseou-se em uma lei anacrônica de 45 anos de idade.

"O tribunal constatou que muitas coisas mudaram na sociedade nos últimos 45 anos", destacou Jan-Olov Madeleine.


Ele disse-se extremamente surpreso com a decisão, uma vez que estava certo de que a Justiça iria ignorar seu apelo contra a decisão do Skatteverket.

A decisão do tribunal significa que todos os documentos oficiais de Jan-Olov, incluindo identidade e passaporte, poderão a partir de agora incorporar o nome Madeleine.


"O importante é a sensação de ter o direito a um nome que sempre considerei como meu", observou Jan-Olov.

Antes de providenciar os novos documentos, no entanto, ele quer ter a certeza de que o fisco sueco não vai tentar apelar da decisão do tribunal de Norrbotten.


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL857374-5602,00.html

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Justiça permite transexual não operada a trocar nome no interior de SP

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12/12/08 - 08h37 - Atualizado em 12/12/08 - 12h08


Decisão foi divulgada no Diário Oficial nesta quinta-feira (11).
Transexual de 44 anos poderá ter documentos no nome de Audrey Vitória.


Patrícia Araújo Do G1, em São Paulo


Audrey mostra a identidade com nome de homem que será trocada em breve (Foto: Sérgio Isso/G1)

A foto do homem barbudo que desde 1984 ilustra o registro de identidade deve desaparecer nos próximos dias. Junto com ela, o nome Márcio Antônio Lodi também será trocado. No lugar deles, a transexual Audrey Vitória Lodi espera ver o nome que adotou desde 1994 e a sua imagem feminina pela primeira vez em um documento. “Vai ser a realização de um sonho de criança”, disse.

Nesta quinta-feira (11), foi publicado no Diário Oficial da Justiça a decisão do juiz Paulo Sérgio Rodrigues, da 4ª Vara Cível de São José do Rio Preto, cidade a 438 km de São Paulo, que autorizou a mudança de nome da transexual de 44 anos.


A decisão não teria maior importância, exceto para a própria Audrey, se não fosse o fato de ela ainda não ter feito a operação de mudança de sexo. De acordo com Dimitri Sales, assessor jurídico da Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual (Cads), de São Paulo, transexual é aquela pessoa que não aceita seu corpo biológico. "Seja essa pessoa operada ou não", disse Sales.

Decisão inédita

“Essa decisão é inédita aqui no estado de São Paulo. Já há decisões nesse sentido no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, mas aqui não havia”, afirmou Rogério Vinícius dos Santos, advogado da transexual que baseou o pedido de retificação de registro civil em uma disposição do Código Civil que diz que o primeiro nome de uma pessoal pode ser alterado se for vexatório. “Ele é visivelmente uma mulher, mas tinha um nome masculino. Isso é extremamente vexatório.”



Catadora de material reciclável, casada há quatro anos também com um catador, a renda mensal na casa de Audrey varia de R$ 300 a R$ 500.

Como em São José do Rio Preto a operação de mudança de sexo ainda não é feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a transexual não conseguiu fazer a cirurgia. “Estou há dez anos na luta por essa cirurgia e já fiquei até com depressão por causa disso. Com essa decisão do meu nome, estou me sentindo mais mulher. A cirurgia ajuda a gente no lado íntimo, mas, no material, o nome ajuda muito”, disse.


Constrangimento

Transexual acredita que, com a decisão da Justiça, sua vida vai ficar mais fácil (Foto: Sérgio Isso/G1)

Ela conta que já passou por situações constrangedoras por causa dos documentos com o nome de Márcio. “Eu morro de vergonha de apresentar meus documentos. Uma vez, quando eu fui demitida do meu trabalho de porteiro, não quiseram dar meu seguro desemprego por causa da minha identidade. Olharam para a foto, o nome, e disseram que não podia ser eu”, lembra.

O documento, segundo ela, prejudicou inclusive a possibilidade de um emprego. “Quando eu chego aos lugares e mostro meus documentos, ninguém quer contratar. Eu explico que sou transexual, mas tem gente que não acredita”, conta. Com o novo documento, ela acredita que vai conseguir logo assinar a carteira profissional. “Já até mandei um currículo escrito com meu nome feminino para uma empresa de reciclagem da cidade. Agora, tudo vai ser mais fácil.”

E é justamente nesse possível novo emprego que Audrey vê a forma de conseguir realizar o seu maior sonho. “Com o emprego, vou conseguir juntar dinheiro e, no final de 2009, faço minha operação.” Ela afirma que precisa economizar pelo menos R$ 6 mil para conseguir fazer a cirurgia. “Com um emprego, se não conseguir juntar (o dinheiro), posso fazer um financiamento. Quero passar meus 45 anos me sentindo inteira”, disse.

No caso de Audrey, o advogado entrou com o processo em outubro deste ano e, em menos de dois meses, a decisão foi proferida. “Fiquei impressionado com a rapidez. O promotor não se opôs aos meus argumentos e o juiz deu a decisão logo.” Santos acredita que, com isso, a Justiça abre precedente para outras decisões iguais no estado.

http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL920007-5605,00-JUSTICA+PERMITE+TRANSEXUAL+NAO+OPERADO+A+TROCAR+NOME+NO+INTERIOR+DE+SP.html
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sábado, 13 de dezembro de 2008

Filmes - Myra Breckinridge

Filme de 1970, dirigido por Michel Sarne, baseado em um livro de Gore Vidal, não editado no Brasil. É uma história com pitadas de comédia, sarcasmo, farsa e até um pouco de realismo fantástico.

Trata da vida de um crítico de cinema tímido e retraído chamado Myron, herdeiro de um grande estúdio de Hollywood, de propriedade do tio canastrão (John Huston) , que realiza a cirurgia de redesignação sexual (SRS) na Europa e volta como uma linda e arrojada mulher (Myra) para ensinar cinema e tomar o controle do estúdio.

No papel de Myra, a Divina Raquel Welch e participações da veteraníssima Mae West e Farrah Fawcett (o primeiro filme dela). Dizem que o jovem Tom Selleck, que mais tarde ficaria famoso no papel do detetive Magnum, foi convidado para o papel do ator iniciante e desistiu ao saber do tema do filme.

Myra é linda, elegante e chique, quer mudar o enfoque do estúdio, passando a produzir filmes de arte e/ou polêmicos, em vez dos batidos filmes de cowboy que o tio faz principalmente para ganhar dinheiro fácil.


Em uma data esquecida e completamente perdida no tempo, em meados dos anos 90, esse filme chegou a passar no Telecine com o nome de "Homem e Mulher Até Certo Tempo".

A minha cena inesquecível é quando Myra resolve ensinar a transar o jovem brutamontes candidato a ator.

Quem viu, viverá... Quem ainda não viu, não sabe o que está perdendo, uhuuuuuu...

Até onde eu sei, o filme não foi lançado no Brasil, mas existe para vender em sites internacionais, com legenda em espanhol, onde comprei o meu e revi várias vezes.

Segue o link para a ficha técnica do filme no Internet Movie Database (IMDb):

http://www.imdb.com/title/tt0066115/


Confira o trailer no YouTube:



Para baixar o filme via torrent, com audio original em inglês, sem legendas, clique aqui.
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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Filmes - Ed Mort


Mort, Ed Mort. O nome está na plaqueta...

Filme brasileiro de Alain Fresnot (1997) com o divertido personagem criado por Luis Fernando Veríssimo e muito bem interpretado por Paulo Betty. No elenco, Roseane Lima, Cláudia Abreu, Otávio Augusto, Ary Fontoura, Irene Ravache e muitos convidados especiais.

O filme começa com o nosso detetive sendo contratado por uma misteriosa mulher para encontrar Silva, seu marido desaparecido. A mulher lhe entrega uma foto de FHC como sendo a de Silva. Quando Ed Mort, curioso, pergunta sobre a foto, ela só lhe diz "é ele que se disfarça".

A partir daí, Mort se envolve numa rede de intrigas, em que Silva lhe aparece sob as mais diversas formas: ele pode surgir como diversas personalidades.

Destaque para as participações especiais de Chico Buarque, Marília Gabriela, Cauby Peixoto, Luiza Thomé, Gilberto Gil e Zé do Caixão, representando os "disfarces" do Silva.

Na esteira do desaparecimento de Silva, uma trama intrincada relaciona o patrão de Silva, um poderoso magnata da indústria de salsichas Delbono (Ary Fontoura), com o desaparecimento de crianças num programa de televisão, liderado pela animadora Cybele (Cláudia Abreu).

Uma situação inusitada acontece quando Silva marca um encontro com Ed num Motel e aparece lá na pele de Luiza Thomé, em trajes mínimos, mexendo com a libido do nosso Detetive.

Para terminar, uma das personagens também guarda um importante segredo sobre a sua identidade, mas isso eu não vou contar. Vejam e descubram.

Ahh, para quem é mais sensível, eu recomendo que não comam cachorro-quente ou qualquer coisa com salsichas antes de ver o filme, ahahhahahahhah.

Segue link para a ficha completa do filme no site Adoro Cinema, de onde eu copiei e adaptei a sinopse:

http://www.adorocinemabrasileiro.com.br/filmes/ed-mort/ed-mort.asp
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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Evento de Natal beneficente no Studio Dudda Nandez

A Dudda Nandez é uma pessoa que iniciou um serviço pioneiro no Brasil, a abertura de um Studio especializado em atendimento a crossdressers.No entanto, neste Natal, além de seguir atendendo as CDs, a Dudda estará organizando um encontro para arrecadar brinquedos para crianças carentes.

Segue chamada para a divulgação do encontro, colaborem se puderem:

EVENTO DE NATAL BENEFICENTE PARA AS CRIANÇAS

Olá pessoal,

Venho informar que organizarei um Natal para as Crianças de uma Comunidade Carente e gostaria de pedir a colaboração de vocês para a doação de brinquedos. O evento será dia 21 de Dezembro à partir das 13 hrs. Quem quiser participar será bem- vindo. O importante nisso tudo é agregar valores e participando de uma forma ou de outra, não importa o valor.

Conto com vocês!!!

Beijos

Dudda Nandez


domingo, 30 de novembro de 2008

Filmes - Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot)

Um clássico de Billy Wilder, de 1959, com a Deusa Marilyn Monroe e os jovens Toni Curtis (lindo!!!) e Jack Lemmon.

Esse filme foi eleito nos EUA a melhor comédia de todos os tempos. Conta a história de dois músicos (Curtis e Lemmon) que presenciam acidentalmente um ritual de execução de mafiosos. Naturalmente, a Máfia não quer testemunhas do episódio e passa a perseguir os dois.

A solução encontrada pelos rapazes para salvar a pele é vestir-se de mulher e eles conseguem emprego numa banda só de garotas que tem como vocalista a doce Sugar (sic), vivida por Marilyn.

Elas viajam para tocar em um luxuoso hotel no litoral e passam a viver situações inusitadas, como Josephine (Toni Curtis), que torna-se a melhor amiga de Sugar e não pode demonstrar que está louco/a por ela e Daphne (Jack Lemmon) que arranja um candidato a namorado e começa a balançar as estruturas.

A confusão aumenta quando os mafiosos que procuram pelos dois se hospedam no mesmo hotel.

E no final do filme, uma cena com diálogos ambíguos: em um romântico passeio de barco a dois com seu apaixonado pretendente, Daphne tenta contar que ela não é o que ele imagina. E o "noivo" apaixonado deixa transparecer que já sabia e quer ela do mesmo jeito, com a classica frase "ninguém é perfeito".

No fim das contas, não fica claro se ele sabe ou se está tão cego de paixão que não enxerga, cada um deve assistir e tirar suas próprias conclusões.

Mas a cena é citada por muitos como a primeira proposta de casamento gay em filmes de Hollywood.

Confiram a página do filme no Internet Movie Database (IMBd): http://www.imdb.com/title/tt0053291/
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Seguem links para baixar o filme, via torrent, clicando aqui, com legendas em vários idiomas, inclusive português e por meio do blog Cinema Cult, com legendas em português.
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sábado, 29 de novembro de 2008

Campanha Não Homofobia: participe do abaixo-assinado pela aprovação do PLC 122/06

Apóie a aprovação do PLC 122/06. Em menos de 1 minuto, você assina o abaixo-assinado, envia seu voto para os 81 senadores e ainda indica a Campanha para seus amigos.

O site www.naohomofobia.com.br, que teve como principal plataforma de seu lançamento a 13ª Parada do Orgulho LGBT-Rio (outubro/2008), pretende, com a estratégia de sua Campanha, ser uma poderosa ferramenta de divulgação, pressão e mobilização social, pela aprovação do PLC 122/06. O projeto já foi aprovado na Câmara dos Deputados e aguarda votação no Senado Federal.


A proposta do site é a de ser um espaço democrático, que disponibiliza o conteúdo da Lei, defensores da causa no Senado, a polêmica em torno do debate e o principal: contar com o seu posicionamento, em um abaixo-assinado online, por meio do qual você poderá demonstrar seu apoio à criminalização da homofobia. Este abaixo-assinado a favor da aprovação do PLC 122/2006 será automaticamente enviado aos 81 senadores, com cópia para os 513 deputados federais, para o presidente da República e seus ministros, além do presidente do Supremo Tribunal Federal e do presidente do Superior Tribunal de Justiça.


É muito simples participar. Você preenche na Votação Online o seu nome, e-mail e RG ou CPF para validar a sua mensagem. Neste momento, você pode optar pelo registro de suas informações no banco de dados do Grupo Arco-Íris. O registro dessas informações será uma importante arma, para comprovar e divulgar aos senadores o número de pessoas que são favoráveis à lei.


A meta, além de esclarecer e desfazer boatos, é arrecadar mais de 1 milhão de assinaturas eletrônicas. A iniciativa inaugura, ainda, uma fase inédita de adesão da sociedade, utilizando a mídia mais democrática da história - a internet.


O www.naohomofobia.com.br tem o intuito de ser um grande propagador de assuntos que envolvem a questão da homofobia no Brasil e um aliado na conquista dos direitos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, além de forte instrumento de visibilidade e mobilização social no enfrentamento da homofobia no Brasil. Participe! Dê seu voto para dar um basta à homofobia no Brasil!


Parceiros da Parada do Orgulho LGBT-Rio 2008


Movimento D´ELLAS, ABGLT, Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT.

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Transexual vence reality show na Itália

Sexta, 28 de novembro de 2008, 08h07

A vitória de Luxuria

Vera Gonçalves de Araújo
De Roma


Vladimir Luxuria, o transsexual comunista que venceu um reallity show na Itália

O melhor resumo da situação foi publicado no jornal "Il Riformista": "Cada país tem a revolução que merece. Nos Estados Unidos um negro foi eleito na Casa Branca. Na Itália, um transexual comunista ganhou um reality show graças ao voto dos espectadores".


A comparação fala da sexta edição italiana do show "L'isola dei famosi" (a ilha dos famosos), uma mistura de "No limite", da "Quinta das celebridades", e do clássico "Big Brother": um grupo de pessoas, mais ou menos conhecidas ("famosos", na verdade, é meio forçado como adjetivo), tenta sobreviver numa ilha deserta - nesta edição, em Cayo Cochinos, Honduras - sem os confortos da vida moderna.


A ganhadora do programa foi Vladimir Luxuria, nome de arte de Vladimiro Guadagno, transexual e ex-deputada de Refundação Comunista, que apesar de não ter se submetido a nenhuma cirurgia para mudar de sexo, prefere que todos a considerem uma mulher.


Nas eleições de 2006, Luxuria se tornou a primeira deputada transexual italiana. Nascida na cidade de Foggia em 1965 e formada em línguas e literatura estrangeiras, foi protagonista da primeira edição do Gay Pride de Roma. Antes de se apresentar como sisuda e compenetrada deputada comunista, a atriz Vladimir Luxuria era uma das ícones gays mais conhecidas do país. Depois da eleição, mesmo os eleitores mais conservadores foram obrigados a reconhecer sua inteligência e competência, como deputado.


Nas últimas eleições, seu partido não conseguiu nenhum representante na câmara e no senado, mas Luxuria conseguiu uma revanche espetacular na TV, conquistando o prêmio final do show, que vale 200 mil euros. Já declarou que vai destinar metade à Unicef.


No momento em que foi premiada, Luxuria se declarou "em plena tempestade hormonal de felicidade", e comentou que os italianos são muito mais avançados do que seus políticos, aproveitando para chamar atenção para a luta contra a discriminação. "Contra os preconceitos" - disse - "só há um antídoto: o conhecimento".


"Liberazione", jornal oficial de Refundação Comunista, aplaudiu o resultado do programa como se fosse uma vitória do partido: "Luxuria mostrou a milhões de italianos que a realidade é diferente e que também essa realidade tem os mesmos direitos da pretensa maioria". A mulher do ex-líder comunista Fausto Bertinotti contou que se comoveu ao ver a vitória final de Luxuria, e que seu marido também está muito feliz.


A "Ilha dos famosos", apresentada pelo canal Rai2, durou 10 semanas, batendo todos os recordes de audiência. O capítulo final, na segunda-feira passada, reuniu diante da telinha mais de oito milhões de espectadores.


Vera Gonçalves de Araújo jornalista, nasceu no Rio, vive em Roma e trabalha para jornais brasileiros e italianos.
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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

BCC no programa "A Noite é uma Criança" de Otávio Mesquita

Em seu programa "A Noite é uma Criança", Otávio Mesquita entrevista um grupo de crossdressers do Brazilian Crossdressers Club - BCC.

Entrevista gravada no Rio de Janeiro, na Lapa, em frente à sede do tradicional Clube da Turma OK, o clube GLBT mais antigo do Brasil.

Parte 1


Parte 2


Vídeos postados no YouTube com a colaboração do site Gazeta da Kelly
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Empresa japonesa lança sutiã masculino

Produto comprometedor promete despertar sentimento "delicado"

UOL - Made in Japan
por Redação

18.11.2008


O sutiã para homens vem em três cores


“Homens também querem entender os sentimentos das mulheres. E os motivos para isso podem ser os mais variados possíveis”.


É o que diz o anúncio de um inusitado produto que chegou ao mercado japonês: o sutiã para homens.


O suporte aparentemente não tem finalidade nenhuma, a não ser, fazer com que o usuário se sinta “relaxado”.


A empresa que desenvolveu o “sutiã masculino”, a WishRoom, não cita nenhuma vantagem estética ou melhorias na saúde e postura. Apenas enfatizam que o produto desperta um sentimento “delicado”.


Em tamanhos diferentes (de 85 a 100 cm), o acessório vem em três cores: rosa, preto e branco, e pode ser adquirido por 2.800 ienes, cerca de 60 reais.


Masculinidade à parte, o produto tem sido freqüentemente relacionado nos sites especializados em esquisitices ao seriado animado “Golden Eggs”, espécie de “South Park” japonês. No desenho, um dos personagens (um fisiculturista) utiliza um suporte-para-músculos-peitorais e, por isso, é alvo de piadinhas de seus colegas.



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E aqui o site do fabricante, com mais fotos. Porém, com os textos em japonês:


http://item.rakuten.co.jp/wishroom/mensbra/

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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Campanha Não Homofobia firma 17 comitês estaduais no país

Ao final do primeiro dia do "II Seminário de Advocacy e Aliadas", o coordenador-geral da Campanha Não Homofobia, Cláudio Nascimento realizou uma reunião com ativistas de 17 Estados para esclarecer possíveis dúvidas que ainda tenham permanecido sobre a campanha virtual em favor do PLC 122-06 que torna crime a homofobia no Brasil, através do site www.naohomofobia.com.br. Além disso, o grupo presente firmou, entusiasticamente, uma grande parceria com a coordenação para o desenvolvimento da campanha em todo país. Em apenas uma noite, 17 comitês estaduais de organização e mobilização pró-lei foram formados e mais nove lançamentos nos Estados da campanha foram confirmados para o final deste ano e início de 2009.

A reunião com os ativistas serviu para explicar o passo-a-passo de envio de emails, além de todas as ferramentas que o site disponibiliza para seus usuários. Cláudio Nascimento afirmou que a página eletrônica conterá informações a fim de gerar integração com os grupos LGBTs de todo o Brasil e informou que os mailing list do Disponível.com e A Capa.com foram cedidos gentilmente por seus empresários como apoio à campanha. Entretanto, ressaltou que a mobilização local é de suma importância para a adesão da população brasileira e, por isso, o protagonismo de cada grupo é essencial.

O coordenador-técnico da Campanha Não Homofobia, Júlio Moreira falou sobre a importância da difusão do site www.naohomofobia.com.br como estratégia de arrecadar mais assinaturas, principalmente de outros setores da sociedade. "Como exemplo de ampliação de diálogo com outros setores que não sejam especificamente a nossa área LGBT, podemos citar um programa de TV que convidou duas ex-bbbs que fotografaram dando um selinho. Acabou que em um determinado momento, elas começaram a falar que apoiavam a campanha e mostraram o site para os telespectadores. Da noite pro dia tivemos mais de duas mil assinaturas!", informou Moreira.

O encontro se mostrou fértil e produtivo. Muitos ativistas se animaram e disseram que farão grande esforço em seus estados para que a meta de 1 milhão de assinaturas seja atingida o quanto antes. Para o secretário da região sudeste da ABGLT e presidente do Grupo CELLO'S (MG), Carlos Magno disse estar contente e otimista com a aprovação do PLC 122/06, por se tratar de um projeto que está sendo bastante discutido com a sociedade em geral.

"O PL surge a partir de um debate público, diferentemente de muitas leis que são impostas pelos governos e não 'pegam'. Essa campanha é o que precisávamos para o vigoramento de nosso Movimento. Quando combinamos essas ações virtuais com a prática efetiva, teremos um diferencial inovador, uma vez que a lei, caso aprovada, será incorporada à Constituição depois de passar por uma série de debates e discussões", afirmou Magno.

Abertura do Advocacy

O presidente da ABGLT, Toni Reis iniciou a cerimônia de abertura do II Seminário de Advocacy LGBT e Aliadas, que contou com a presença Sub-Secretário de Defesa e Promoção de Direitos Humanos da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), Perly Cipriano, do Deputado Federal, Iran Barbosa (PT-SE); da vice-presidente lésbica e coordenadora do Movimento D'Ellas, Yone Lindgren; e da coordenadora do Aliadas no estado da Paraíba, Fernanda Bevenutti.

Logo de início, a fala de Toni Reis direcionava os presentes para um debate fértil e objetivo. O ativista deixa bem claro que o encontro deveria render um produto, ou seja, "deixando as diferenças de lado, o grupo deveria se unir e pensar junto nas estratégias que viabilizassem a aprovação do PLC 122/06, que ainda tramita no Senado Federal, não deixando que ele retorne à Câmara dos Deputados, onde já foi aprovado".

Toni também chamou atenção para o fato que a senadora e relatora do projeto que criminaliza a homofobia, Fátima Cleide (PT-RO) se disponibiliza em ouvir o Movimento LGBT, mas de forma organizada e se possível consensual. A vice-presidente da ABGLT, Yone Lindgren concorda com todas as palavras do presidente e lamenta "a falta de mulheres nos eventos com esta temática, principalmente aqueles realizados e executados pelo próprio Movimento".

Em seguida, foi a vez do representante da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT, deputado Iran Barbosa (PT-SE) dar seu parecer quanto aos avanços do Movimento e sugerir formas de atuação. Barbosa atenta para os inúmeros pontos ganhos no Poder Executivo, porém sinaliza que o Movimento precisa dar corpo às suas reivindicações junto ao Legislativo, assumindo o enfrentamento no âmbito do Congresso Nacional como estratégia para ao atendimento de suas demandas.

"Se repudiamos a posição conservadora do parlamento, teremos que começar a refletir sobre nosso processo eleitoral, que nos remete ao conservadorismo da própria sociedade brasileira. E lastimável que nesta altura estejamos discutindo ainda a laicidade do Estado. (...) Se a felicidade existe, ela tem de ser de todos, sem preconceitos por ideologia, cor ou orientação sexual", afirmou Barbosa.

Já o Sub-secretário Perly Cipriano elogiou o Movimento LGBT, qualificando-o como o mais radical e profundo de todos. "Radical não quer dizer ser irredutível ou não dialogar, mas sim ter o conhecimento da luta pela raiz; é ter conhecimento profundo de causa". Além disso, Cipriano sugeriu a criação de cursos de capacitação a distância para ativistas de todos os estados e também a substituição do Conselho Nacional de Combate à Discriminação (CNCD) pelo Conselho da Diversidade da Orientação Sexual.

Por último, a coordenadora do Aliadas no estado da Paraíba, Fernanda Bevenutti disse estar na mesa enquanto pessoa trans e desejou bom seminário a todos os presentes.

Mesa 1: Advocacy

Toni Reis iniciou a mesa fazendo um breve histórico do Projeto Aliadas, que conta com a realização da ABGLT e execução do Grupo Dignidade. "Nosso slogan é 'compromisso com o respeito e a igualdade', o que muito ajuda na hora de fazermos o advocacy para arregimentar mais apoiadores de nossos projetos de lei no Congresso Nacional". O Projeto Aliadas conta com o apoio do CFEMEA, da ABL e da ANTRA.

Logo depois, foi a vez do Assessor Parlamentar da Liderança do Governo no Senado Federal , Marcos Rogério de Souza falar sobre a situação referente a LGBT no Congresso Nacional. Ele citou inúmeros projetos de lei de interesse do Movimento que ainda tramitam no Congresso, como o PL 2773/00 (que fala da retirada do termo pederastia e homossexual do Código Militar); PL 3712/08 (que altera a legislação tributária para a inserção de companheir@s de mesmo sexo no imposto de renda); etc. "No entanto, o PLC 122/06 tem de ter prioridade. O Movimento deve concentrar seus esforços para a aprovação desta lei, para não gastar energia com os inúmeros outros", disse.

Este foi o gancho para os advogados Paulo Mariante e Roberto Gonçale, falarem sobre o substitutivo do PL 1151/95, que reivindica por união civil entre parceir@s do mesmo sexo, de autoria de Marta Suplicy (PT-SP) e que tramita por anos no Congresso Nacional.

Mesa 2: Judiciário

O painel foi apresentado por Marcela Sanchez Buitrago (Colombia Diversa) e pela Dr.ª Maria Berenice Dias, que falaram sobre as experiências de advocacy no Judiciário da Colômbia e da situação referente a LGBT no Judiciário nacional. Para Dias, começar a avançar no Poder Legislativo significa avolumar o número de ações nos tribunais, para criar uma jurisprudência que de certa forma pressionará os legisladores a debaterem o tema.

"No momento em que a jurisprudência se consolida, o legislador tem que voltar atrás e refletir bastante antes de legislar, por que senão seguirá contrariamente as demandas sociais. Por este motivo, acho essencial propagar, difundir e até mesmo alardear as decisões pró-LGBT no judiciário, para aos poucos ir mudando uma certa cultura conservadora que todos nós sabemos que ainda existe nos tribunais", afirmou Berenice.

A doutora ainda sugeriu que fosse criado mais cursos de capacitação para advogados que tenham interesse na temática LGBT e informou que sugeriu, pessoalmente, ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto que fosse criada uma Comissão da Diversidade Sexual na OAB.

A campanha Não Homofobia é uma iniciativa do Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, em parceria com a ABGLT, Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), Frente Parlamentar Pela Cidadania LGBT no Congresso Nacional, Grupos LGBT de todas as regiões do país; além dos portais Disponível.com; Acapa.com e Mixbrasil, entre outros.


Informações para a imprensa

Márcia Vilella | Diego Cotta
Target Assessoria de Comunicação
Tels: 21 8158 9692 | 8158 9715 | 2284 2475
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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Homens de vestido vão ao divã

Jornal Comunicação
Jornal laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Paraná

Ano XI | Curitiba, 24 de Novembro de 2008
Opinião | 18/11/08 - 20h39

A psicanalista Eliane Kogut fala sobre os crossdressers

Reportagem Juliana Vitulskis
Edição Flávia Silveira

Juliana Vituslkis
Segundo Eliane Kogut, não é uma decisão racional dos crossdressers se vestir ou não de mulher, mas uma necessidade muito grande.

Os crossdressers (CDs) sofrem uma compulsão: se vestir de mulher, embora a maioria deles seja heterossexual e preserve sua masculinidade. Vários deles foram pacientes de Eliane Kogut, psicanalista, doutora em psicologia clínica.


Durante seis anos, Eliane acompanhou os integrantes do Brazilian Crossdresser Club (BCC) e defendeu, em 2006, uma tese de doutorado na PUC de São Paulo sobre esse grupo social: Crossdressing masculino, uma visão psicanalítica da sexualidade crossdresser. Antes, sua tese de mestrado deu origem ao livro Perversão em Cena, sobre perversão sexual, psicanálise e cinema. Na tese, ela distingue erotismo de sexualidade, o que permite ampliar a pesquisa sobre o assunto, além de desvendar um universo tão ambíguo. Em entrevista ao Comunicação, ela fala sobre o assunto, ainda pouco conhecido.


Comunicação: Porque o interesse pelo assunto? É relevante estudar esse comportamento em que sentido?


Eliane Kogut: Não tinha nada ainda a esse respeito, nem a partir desse ponto de vista quando eu fiz a minha tese. Eu tinha feito a minha tese de mestrado em sexualidade humana, sobre perversão e cinema. E nesse período eu tive um paciente que tinha algumas características de crossdressing, que foi quando eu comecei a pesquisar o assunto. Enquanto eu estava pesquisando, também foi publicada uma matéria sobre isso na revista Marie Claire, em 2000. A partir daí eu fui pesquisando mais e mais, e achei que era um tema muito interessante, pouco conhecido. Achei necessário pesquisar o assunto também porque eles passam por muito sofrimento. Às vezes eu converso com colegas meus, psicólogos, e muitos deles ainda não conhecem o crossdressing. Realmente é uma coisa pouco divulgada e pouco conhecida. E isso gera preconceito, o que provoca mais sofrimento ainda.


A matéria da revista Marie Claire pode ser encontrada aqui

Comunicação: O crossdressing é considerado um distúrbio?


Kogut: É um distúrbio no sentido cultural. No DSM-IX e no CID-10, que são catálogos das doenças psiquiátricas, o travestismo está lá. Agora, se a gente pensar também que em 1974, a homossexualidade ainda estava nesses catálogos, imaginamos que no futuro pode ser que o travestismo saia também. Eu pessoalmente não acho que eles são doentes.Cheguei à conclusão é de que o crossdressing é mais ou menos como uma droga, porque existe uma espécie de fissura. Eles têm que se vestir, é uma necessidade, se não a angústia vai a níveis muito elevados. Não é algo que eles escolhem.Claro, depois que eles fazem parte desses grupos, como o Brazilian Crossdresser Club, aí eles não se vestem apenas quando vem essa angústia. Existe o que eles chamam de urge e purge. A urge é a urgência de se vestir. Aquilo vem com força e, se eles não se vestem, a angústia vai a mil. E a purge é a negação, a reação do tipo: “eu não posso mais ser isso, isso não é bom para mim”. Então eles desistem de tudo, geralmente dão tudo que eles têm – eu conheço pessoas que já deram dois guarda-roupas inteiros - mas aí tornam a fazer, porque isso volta depois com muita força. Não se trata de uma decisão racional, não é desejo - é uma necessidade muito grande de se vestir de mulher.


Comunicação: Existe uma idade, em média, para o surgimento do crossdressing? Pode se desenvolver ao longo da vida? E existem possíveis explicações para o surgimento desse comportamento?


Kogut: A maioria dos homens que eu conheci e pesquisei começou entre 4 e 6 anos de idade. Em termos genéticos, a gente não tem nenhuma comprovação de que exista algum fator dominante. Imagina-se que pode ser que existam o fator genético e o cultural, que são complementares - se houver uma predisposição genética e o meio cultural contribuir, pode resultar no crossdressing. Temos hipóteses, mas não existe nenhuma pesquisa que defina que isso é genético, ou só cultural.


Comunicação: E o que compõe essa influência cultural?


Kogut: Pode ser composta de uma mãe ‘meio apagada’, um pai mais agressivo (não no sentido de agressão física), ou mais afastado do filho, mais ausente, que seja alguém com quem o filho não se identifique muito. Mas, no final, ele tem as duas identificações: a identificação com o pai e a identificação com a mãe.


Comunicação: O crossdresser pode deixar de ter a necessidade de se vestir de mulher?


Kogut: Eu nunca vi um crossdresser que parou completamente de querer se vestir de mulher. No meu consultório, trabalho buscando o que eles querem. Se para a pessoa o crossdressing é um incômodo muito grande, vou desenvolver um trabalho voltado para ampliar mais a vida masculina dela. Mas, mesmo assim, a gente tem que elaborar esse lado feminino que existe, ele tem que ser integrado na personalidade. Se o indivíduo tem vontade de viver bem as duas coisas, e integrar mais esse lado feminino na vida dele, damos esse enfoque ao tratamento. Eu tive um paciente que a única coisa que ele gostava era de ter relações sexuais com a esposa vestido de mulher. Era só isso que ele precisava, não fazia questão de sair vestido de mulher. Alguns que só gostam de vestir roupa íntima feminina. Então existem várias as graduações do crossdressing. Têm aqueles que se vestem todo final de semana e freqüentam festas, e tem os que vão fazendo transformações no corpo, que podem até chegar a se tornar transexuais - que é fazer a cirurgia de redesignação sexual, para se tornar mulher mesmo.


Comunicação: O crossdressing pode então ser considerado um travestismo em menor grau?


Kogut: O crossdresser é um travesti, mas é diferente do travesti de rua. Eles têm a vida masculina deles, o travesti não. Muitos travestis vivem de prostituição, se envolvem com drogas. Isso porque eles têm muita dificuldade em serem aceitos na sociedade. Existe muito cabeleireiro, costureiro, maquiador que é homossexual. Mas você não vê travestis nessas funções, por exemplo. Eles são pouco aceitos, não têm lugar na sociedade. Agora, esse travesti sobre o qual estamos falando, o crossdresser, ele tem a vida normal, como homem, e quando quer, se veste de mulher. Eles também não têm nada de afeminados.


Comunicação: E quanto à sexualidade, o que diferencia o comportamento dos crossdressers?


Kogut: O que foi muito importante na minha tese foi que eu distingui comportamento de erotismo. Comportamento é aquilo que você faz. Erotismo é aquilo que provoca e mantém a excitação. Então, no comportamento, uma parte deles é bissexual (mantém relações sexuais com ambos os sexos) e outra parte é heterosexual (mantém relações com o sexo oposto). Eu não conheci nenhum crossdresser homossexual (relações com o mesmo sexo). E no erotismo eles não são nem hetero, nem homo, nem bissexuais, porque, apesar de eles terem relações com os dois gêneros, masculino e feminino, o erotismo deles não está voltado para a outra pessoa. Por exemplo, para o homossexual, o objeto de desejo é outro homem. Ou seja, um homem forte, musculoso, com barba cerrada. Se for uma mulher, é outra mulher e uma mulher também feminina, não tem essa coisa de ficar procurando só mulheres masculinizadas. Para o heterossexual, o objeto de desejo é o sexo oposto. Mas, para os CDs, o objeto de desejo é a própria figura feminina que eles constroem.


Comunicação: Essa figura feminina é uma personagem?


Kogut: Não é uma personagem, porque não é uma atuação. É um lado deles mesmos, que é assim feminino. Então, quando eles estão com uma mulher, não sempre, mas muitas vezes, o desejo é de ser aquela mulher. A fantasia e o erotismo para o CD é ele se imaginar sendo aquela mulher com quem ele está mantendo relação sexual. Quando ele está com um homem, aquele homem significa que ali existe uma mulher, o que corrobora com a figura feminina dele. É complicado, é ambíguo, não é fácil de compreender.


Comunicação: Eles se sentem como mulheres? De que forma essa presença feminina compõe a personalidade deles?


Kogut: Muitos deles se sentem homens com alma feminina. Muitos me falam assim: “As mulheres deveriam gostar muito de nós, porque somos capazes de compreendê-las muito melhor, nós conhecemos a alma feminina”. Mas o que eu percebi durante a minha tese também é que, embora eles tenham alguns componentes femininos na personalidade, o que eles chamam de alma feminina é uma impressão criada do ponto de vista masculino. É o que eles acham que a mulher é. As mulheres não sentem prazer em balançar os cabelos, com o ‘toc toc’ dos tamancos, ou em vestir uma meia. Mas, na visão deles, a mulher é isso, ela sente prazer em se vestir como mulher. Até porque o prazer deles é esse: vestir uma meia calça, salto alto e balançar os cabelos.


Comunicação: O crossdressing é um fetiche?


Kogut: Não é só fetiche, porque o fetiche é quando a pessoa só tem prazer sexual com uma parte da sexualidade: com a presença de um objeto, ou com uma parte do corpo. E, no caso dos crossdressers, a fixação é no corpo inteiro. O grande prazer é com a figura feminina que eles conseguem montar. Embora eles gostem muito de salto alto, não é só isso que gera prazer. O que traz a excitação é ele se sentir uma mulher, sobre o salto alto. Às vezes eles se vestem apenas com calça jeans e camiseta, mas o importante é eles sentirem que fizeram uma boa montagem de mulher. É diferente também da drag queen, que faz uma figura mais debochada, exagerada e é, normalmente, homossexual.


Comunicação: E como fica a questão dos limites entre o feminino e o masculino? De que forma isso é trabalhado na psicanálise?


Kogut: Trabalho com eles da mesma forma que com qualquer outro paciente. É uma questão existencial, o paciente escolhe até onde ele quer chegar, a gente tenta chegar até esse ponto. É preciso pensar nos custos que ele vai ter pela frente, e se está disposto a pagar o preço - é igual a qualquer outro paciente. Os primeiros que vieram para eu atender ficavam muito preocupados em me contar sobre o crossdressing deles. Eu sempre pedia que eles se colocassem como um todo, porque é assim que a pessoa deve se perceber.


Comunicação: E como é para eles manter a vida dupla, que ocorre na maioria dos casos?


Kogut: Algumas das esposas aceitam, alguns não contam para as mulheres, e geralmente, dos que contam para as mulheres, a família de origem não sabe. Muitos não podem abrir mais esse lado porque teriam que pagar um preço muito alto. Enfrentariam muitas críticas, muita pressão. O grande medo que eles têm é de perder muito com isso. E é aí que entra o trabalho desenvolvemos juntos: se ele quer viver essa vida, se isso é super importante e ele tem essa fissura, então é preciso fazer ele integrar isso da melhor maneira na personalidade, pagando só os preços que ele acha que pode pagar.


Comunicação: Existe um limite entre o crossdressing e o transexualismo?


Kogut: Não tem uma linha divisória. Muitos transexuais passam pela fase do travestismo até descobrirem que eles querem fazer a operação para mudar o sexo e que querem viver como mulher pra sempre. Outros fazem algumas modificações, mas param por aí. Tomam hormônio, mas precisam depois usar faixas para disfarçar os seios. Tomam sol de biquíni, e então não podem mais ir à praia ou piscina com amigos, ou têm de ficar de bermuda e camiseta diante deles. Alguns fazem depilação. Enfim, para quem mora na praia principalmente é um problema. São vários conflitos com relação a esse limite, que são realmente causadores de sofrimento.


Comunicação: Existe uma média de idade em que eles passam a se aceitar como crossdressers e a lidar melhor com todas essas questões?


Kogut: Principalmente os que não se reprimem e que tem convívio social, de alguma forma estão integrando isso na vida deles, seja com mais, ou menos sofrimento. Se a mulher sabe, fica um pouco mais fácil. Mas com a internet, eu acredito que as coisas mudaram um pouco. Quando eu comecei a fazer essa pesquisa, a internet não era tão acessível como é hoje e eles se achavam aberrações. Com a internet e a maior facilidade de achar e trocar informações, eles podem dividir isso com outras pessoas, o que é um alívio muito grande. Mas não existe uma idade certa, o que existe é um processo que depende de quando eles descobrem o que é e começam a se aceitar.


Comunicação: Qual é a importância de um clube como o BCC para os crossdressers?


Kogut: Eles poderem encontrar seus pares, ter seus iguais, não se sentirem tão sozinhos. O grupo dá mais força a eles. E esse grupo já fez mais de dez anos, mas só agora começou a aparecer na mídia. É um movimento muito lento, porque o medo da exposição era muito grande. Mas hoje alguns já se expõem um pouco mais.

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