terça-feira, 31 de março de 2009

31 de março - Dia de mostrar ao mundo como nós somos

Por Letícia Lanz, em 31/03/2009.


Embora seja um processo individual, que cada pessoa vive de modo muito próprio e diferenciado, a transgeneridade é, na sua essência, um fenômeno social, uma vez que gênero é uma variável social, construída a partir das diferenças naturais entre os sexos e que constitui o mais terrível e sutil dos sistemas de repressão que a humanidade já concebeu.

Pessoas transgêneras são basicamente pessoas de alguma forma “desajustadas” aos padrões de gênero impostos pela sociedade a todos os seres humanos. Alguns transgêneros têm apenas desajustamentos leves, que ocorrem de tempos em tempos, e que se manifestam preponderantemente na forma de travestismo. Os casos mais agudos de transgeneridade impõem mudanças radicais no próprio corpo do indivíduo, a fim de que ele encontre um mínimo de conforto psíquico e dignidade social.

Qualquer que seja o grau de “desajustamento” da pessoa transgênera, a questão é que a sociedade como um todo não está nem um pouco equipada para lidar com esses casos. As instituições da nossa sociedade, rigidamente construídas em cima do binômio “masculino” e “feminino”, não têm meios de lidar com pessoas que não se enquadram nem em uma, nem em outra dessas duas categorias. E isso se reflete desde as coisas mais prosaicas, como sanitários públicos, construídos para atender ao gênero masculino ou ao gênero feminino, até coisas muito complexas, como o nome da pessoa no registro geral, na carteira de habilitação, na certidão de casamento, no diploma de curso, etc, etc.

Enfim, como quaisquer outros cidadãos, pessoas transgêneras também se casam, constituem famílias, têm filhos, dirigem automóveis, pagam impostos, freqüentam escolas e, naturalmente, utilizam sanitários públicos!

O grande problema é que, não havendo uma categoria socialmente reconhecida para acolher as pessoas transgêneras, todas sempre foram obrigadas a viver na marginalidade, na exclusão e no contrangimento diante das situações mais comuns e triviais para todas as demais pessoas.

Quando fui abordada, há duas semanas atrás, por uma patrulha policial, em plena madrugada, tive que exibir para eles meus documentos masculinos, embora eu não estivesse vestida como um homem. Constrangedor? Sim, com certeza! Além do que há sempre a possibilidade do policial apreender a motorista e o veículo, uma vez que a pessoa nos documentos não é a pessoa que ele tem à sua frente. Ocasionalmente eu fui tratada com o respeito que a força policial deve a qualquer cidadã ou cidadão. Mas podia ser diferente. Se o policial quisesse, poderia ter armado um belo circo e me colocado bem no centro do picadeiro...

Num outro caso, vale a pena lembrar que muitas de nós tem fotos escondidas nos seus laptops e roupinhas escondidas no fundo falso de seus guarda-roupas. Pois bem, uma amiga emprestou seu laptop ao filho, que usou a máquina junto com a namorada, que fuçou fuçou e acabou trazendo à tona as “fotos proibidas”. O resto da história vocês conhecem.

Como não são poucas as esposas que, ao descobrirem o que chamam de “vício” do marido, conseguem infernar sua vida para o resto da vida.

Como as fotos que marcaram momentos de intensa felicidade de pessoas transgêneras e que estavam em seus blogs e orkuts da vida têm, de uma hora para outra, que ser violentamente deletadas em nome de alguma “caça às bruxas” que se desencadeou de repente, no trabalho, na família, na vizinhança...

Conheço uma pessoa transgênera que teve que desaparecer inteiramente do mundo (ainda continua escondida, anos depois...) porque alguém conhecido a reconheceu numa foto em algum site remoto do mundo virtual.

Outras, perderam emprego, respeitabilidade, segurança, tudo enfim, apenas porque foram pegas por praticarem a coisa que faz sentido em suas vidas: - a inofensiva prática de se travestir!!!

Há histórias e mais histórias e todas comoventes e dolorosas. Como a da transexual que teve negada a cirurgia final por “não se parecer” de maneira alguma com o que os médicos julgam ser o “perfil de uma mulher”...

E há uma infinidade de pessoas, vivendo em grande distúrbio e sofrimento psíquico simplesmente incapazes de aliviar suas tensões em virtude do medo natural que sentem em se transformarem, elas próprias, em personagens de sofridas histórias semelhantes a essas.

31 de março, Dia Internacional da Visibilidade Transgênera, foi instituído exatamente para mostrar nossas histórias à sociedade em que vivemos e trabalhamos como pessoas absolutamente comuns. Não há que se exigir ou se reivindicar nada em especial além da compreensão de que somos pessoas normais e pessoas legais. Só isso. Parece um contrasenso, mas é um dia para exigirmos que a sociedade (leia-se esposa, filhos, pais, família, emprego, vizinhança, comunidade, etc) nos reconheça e nos trate COMO NÓS SOMOS!!! Será exigir muito?

Nenhuma de nós, entretanto, conseguirá obter essa vitória sozinha e de forma isolada. Assim, esse é um dia para lembrar a cada uma de nós o quanto precisamos umas das outras. O quanto devemos ser solidárias e suportivas umas com as outras. O quanto devemos respeitar as escolhas/necessidades e desejos umas das outras. O quanto devemos aceitar – como condições básicas para a convivência entre nós – as nossas diferenças individuais, de modo que algumas não se julguem mais ou menos importantes do que outras no contexto do nosso grupo.

A experiência da transgeneridade é algo quase impossível de ser completamente entendido (e aceito...) por pessoas que não vivem esse fenômeno em si próprias. E mesmo que as leis se modifiquem a nosso favor (e a maioria delas nem estão contra!!!), haverá sempre no ar aquela dúvida estampada no rosto de cada pessoa que se aproxima de nós: - mas pra que que você faz (ou quer fazer) uma coisa dessas?

Eu sinceramente desisti completamente de encontrar a resposta – e olha que eu quase cheguei à loucura tentando desesperadamente encontra-la.

Tudo que sei, hoje, é que a transgeneridade existe, que eu sou uma pessoa afetada por esse fenômeno e que existem milhões de outras pessoas nesse mundo vivendo processos muito semelhantes ao meu.

O dia 31 de março foi instituído para que a gente diga todas essas coisas ao mundo que nos cerca: esposas, filhos, amigos, vizinhos, chefes e colegas de trabalho. Enquanto ficarmos em silêncio, eles jamais saberão. E mesmo que muitos "arrepiem carreira" quando souberem é a única maneira de afirmarmos a importância disso em nossas vidas. Se continuarmos em silêncio, trancadas em nossos armários, tudo que vamos conseguir é uma baita de uma pressão alta, uma úlcera ou até um câncer, além de uma vida cheia de tristeza, frustração e insatisfação com a gente mesma.

Espero que, no ano que vem, haja mais vozes e mais ambientes falando sobre elas.

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Letícia Lanz é uma pessoa transgênera (crossdresser), psicanalista e criadora do site "Arquivo T - Arquivos de Uma Crossdresser", que pode ser acessado pelo link:
www.leticialanz.org.
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sexta-feira, 27 de março de 2009

Homens, com H maiúsculo, vivem crise emocional

Quarta, 25 de março de 2009, 19h32
Atualizada às 17h03

Homens, com H maiúsculo, vivem crise emocional

Claudio R S Pucci

O que é ser homem nos tempos de hoje e qual o verdadeiro papel do masculino na sociedade moderna? Muita gente aí, de ambos os sexos diga-se de passagem, responderia que homem que é homem não questiona isso e dariam a questão por encerrada, mesmo porque é mais fácil fugir do assunto. O problema é que os tempos mudaram, as mulheres ganharam seu espaço e o homem deixou de ficar no papel de único provedor e autoridade máxima da casa. E o nó na cabeça está estabelecido.

Para apimentar ainda mais a questão, entrou em cartaz na semana passada a peça teatral Homem de Tarja Preta. No monólogo escrito por Contardo Calligaris, psicanalista e articulista do jornal Folha de São Paulo, e produzido a pedido do ator Ricardo Bittencourt, vemos um homem de meia idade, bem-sucedido, casado pela segunda vez e pai de dois filhos, que se prostra na frente de seu computador durante a madrugada, entrando em chats gays e assumindo o papel de um crossdresser (alguém que tem prazer em se vestir ou usar objetos do sexo oposto). E é nessa "brincadeira" que surgem os dilemas masculinos.

Calligaris não propõe conclusões (você as tira), mas o maior objetivo da peça é mostrar que ser homem é tão ou mais complicado que ser mulher, por mais que as moças saiam gritando por aí que nossa posição é confortável. As pressões de todos, especialmente da sociedade (você ouve "seja homem" a partir do momento que nasce), a caricatura do macho e até mesmo as referências culturais, que vão de Superman a Rocky Balboa, fazem com que o cidadão esteja eternamente descontente com sua própria virilidade.

Os homens também lutam, inconscientemente, contra a rotina básica de vida (emprego, esposa e filhos), porque desde criança são cobrados para serem excepcionais, ou seja para serem mais do que realmente são. Até mesmo o lado sexual, incluindo a fama de promíscuo, vem carregado de senso de dever. Mais uma vez, de ser excepcional.

Há uma crise de macho do ar
Calligaris afirmou que o fato de há 40 anos discutir-se a complexidade feminina, mas muito pouco a masculina, o levou a bolar o texto para o palco do teatro. Para o psiquiatra e psicanalista Luiz Cuschnir, especializado na psique do homem e da mulher, o tema é bastante pertinente e ilustra uma situação real de conflito emocional vivida pelo sexo masculino.

Responsável pelo Centro de Estudos da Identidade do Homem e da Mulher (IDEN) e o Gender Group no Serviço de Psicoterapia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo, o médico realiza há 30 anos terapias em grupos, com homens e mulheres separadamente, e analisa a questão do gênero sexual no mundo moderno e a posição de cada um. De acordo com Cuschnir, enquanto as moçoilas, para romper as amarras que a prendiam, basearam sua luta nos seus direitos, especialmente sócio-jurídicos (direito a voto, trabalho, condições iguais, etc.), a transformação masculina, que já foi pejorativamente chamada de revolução das cuecas, é no fundo uma batalha para conquistar direitos emocionais.

Segundo o especialista, o homem moderno deve ser mais sensível, mas não cair na armadilha de ser feminino, teoria aliás já abordada na década de 70 pelo americano Robert Bly em seu livro Iron John: A Book about Men. "Deve abandonar o papel de machista-machão para encontrar sua masculinidade interior, ignorando o apelo social de que sensibilidade está apenas do lado feminino. E, à medida que esse homem consegue encontrar uma posição onde é forte, passa a pedir uma resposta feminina da mulher", explica. Ou seja, um homem completo vai buscar uma mulher completa ou ajudar uma mulher a achar seu feminino.

Muita gente reclama hoje que as mocinhas estão duras e masculinizadas, mas aquilo que se convencionou como padrão de vitória e conquista na vida, especialmente no campo profissional, foi feito para os homens. E é lógico que as moças tiveram que vestir uma máscara de ferro masculina ou se dariam mal. Mas um homem com H maiúsculo sabe que por trás daquela "armadura" existe um ser feminino completo e o faz desabrochar facilmente.

Homens do século XXI
Ok, mas, afinal, o que é ser um homem de verdade hoje? Não existe resposta fácil. Primeiramente, o "ser homem" é algo individual, feito sob medida para cada um. Ou seja, se alguém tenta se adaptar a um modelo imposto pela sociedade, com regras arcaicas ou não, acaba perdendo sua própria identidade. Quer agradar aos outros e não a si próprio e, logicamente, vai ficar perdido.

Aí, então, dá-lhe caras por aí agindo como canalhas, sem sentimento, embora no fundo estejam loucos para dizer algo sensível como "eu te amo" e morrendo de medo de serem tachados de frutinhas. Ou aqueles que, depois de lerem revistas femininas para saber a nova "moda" em atitudes, se impõem uma sensibilidade tão grande que enterram de vez sua masculinidade e acabam invertendo o papel com as mulheres.

Se fôssemos arriscar, o homem verdadeiro é aquele que tem segurança de sua posição, de seus conceitos e sentimentos, de seu papel na sociedade e, por tudo isso, que respeita a posição feminina. Mesmo porque ele vai querer alguém que agregue algo à sua vida, que o complete.

Homem de verdade não se cobra para ser um às na cama e aceita a sexualidade feminina. Não é incomum um cara passar a vida inteira esperando encontrar uma garota boa de cama e, quando isso acontece, passa a encanar sobre como ela sabe fazer tudo isso e com quem ela aprendeu. E aí, para se refugiar do embaraço, tasca a pecha de vagabunda à menina. Aliás, um homem de verdade pode negar sexo se não estiver no clima. E aí cabe a ressalva de que, se não tiver pela frente também uma mulher de verdade, vai ser questionado injustamente sobre sua masculinidade. Mas o homem de verdade não está nem aí, ele sabe o que é e o que quer.

O caminho a ser percorrido para que o homem do século XXI encontre sua identidade ainda é longo, mas muita coisa já foi alcançada. Luiz Cuschnir exemplifica com a criação de filhos, que passou a ser compartilhada entre marido e esposa. Há muitos anos, era raro ver um pai brincando com suas crianças. Hoje, pais criam meninos e meninas sozinhos, viajam com eles e participam ativamente das suas vidas, não mais como aquela figura autoritária.

Um dos exercícios propostos pelo especialista Cuschnir, em seus grupos de terapia com homens, aliás, é pedir para que cada paciente imagine que atitudes cada um teria para tornar o filho um homem de verdade. Segundo o médico, a forma de tratamento que esse pai dispensa às mulheres - como respeito e colaboração- acaba sendo determinante para esse ensinamento.

Enfim, se a individualidade de homens e mulheres deve ser respeitada, você pode procurar ainda hoje qual é seu homem de verdade interior, aquele que você realmente quer ser, sem medo de errar. Deixamos, porém, uma última reflexão, com a incrível frase de Contardo Calligaris: nos seres humanos, o macho alfa (mais forte, mais viril, mais autoritário, mais marcante e com mais bravura) só existe na cabeça dos machos beta.

Serviço
Homem de Tarja Preta - Teatro Eva Herz
Quinta e sexta: 21h
Av. Paulista, 2.073 - Livraria Cultura no Conjunto Nacional
Telefone: (11) 3170-4059.
Ingressos a R$ 20,00

Para saber mais sobre o trabalho e livros do Dr. Luiz Cuschnir, conhecer o IDEN e o Gender Groups: www.luizcuschnir.com.br

Especial para o Terra
http://beleza.terra.com.br/homem/interna/0,,OI3657196-EI7591,00-Homens+com+H+maiusculo+vivem+crise+emocional.html

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sexta-feira, 20 de março de 2009

Peça de Contardo Calligaris, "O Homem da Tarja Preta", aborda o crossdressing com seu personagem principal


18/03/2009 - 09h56

Contardo Calligaris estreia no teatro com "O Homem da Tarja Preta"


LUCAS NEVES
da Folha de S.Paulo


A crise de identidade, mote do psicanalista e colunista da Folha Contardo Calligaris, 60, em sua estreia como dramaturgo, estava na raiz do texto que primeiro o atraiu ao teatro.


Aos 18 anos, em Milão, ele acompanhou os ensaios de uma montagem de "O Jardim das Cerejeiras", de Anton Tchecov (1860-1904), flagrante da derrocada financeira e de valores da aristocracia rural russa no começo do século 20.


Calligaris substitui a aflição de uma classe pela angústia de um sujeito comum em "O Homem da Tarja Preta", que estreia hoje (para convidados), em São Paulo.


Se os russos batalhavam contra a perda de prestígio, o Ricardo (interpretado por Ricardo Bittencourt) de agora se digladia com seus desejos.


Casado e pai de duas crianças, ele vira noites no escritório de sua casa, conectado a chats em que assume máscaras femininas para dar vazão a desejos represados.


Ao longo da madrugada insone em que transcorre a ação, o personagem retraça seu histórico sexual e tenta montar o quebra-cabeça da própria libido. Lembranças das "explicações" dadas por analistas para suas taras pontuam o testemunho, no que parece uma longa sessão de autopsicanálise.


Homem trágico

"O que ocorre hoje é que os grandes estereótipos em torno dos quais a masculinidade se estruturou, como o papel de provedor, entraram em crise. Por que características o homem contemporâneo se reconhece?", indaga Calligaris, para logo completar:


"A feminilidade se reconhece por dar à luz. Já a posição do homem é mais trágica e perigosa. Talvez matar seja sua particularidade, aquilo de que se vale para ser levado a sério", sugere, citando os atiradores, sempre do sexo masculino, que fazem chacinas em escolas/universidades, como ocorreu há uma semana, na Alemanha.


Para Calligaris, a orientação sexual de Ricardo importa menos do que a sua dúvida quanto ao que seja a real masculinidade, o papel que se espera que um homem desempenhe:


"No fundo, a sua vontade é viver normalmente com a mulher e os filhos. Ele se força a ser a puta da internet [seu apelido no chat é CrossDresserPutaSubSP] para ser alguém, ter uma segunda identidade. Precisa dessa coisa louca", observa.


Na direção, Bete Coelho diz que tentou "namorá-los [autor e ator]". "Busquei me aproximar deles, ver por seus olhos, mais do que emprestar um olhar feminino.


Saber que existem essas possibilidades de fantasia para o homem e questões tão ou mais complexas do que as femininas amplia a percepção --e a paciência com eles", brinca.


O HOMEM DA TARJA PRETA
Quando: estreia hoje, 18/03 (para convidados); qui. e sex., às 21h; até 19/6
Onde: teatro Eva Herz (na Livraria Cultura do Conjunto Nacional - av. Paulista, 2.073, tel. 0/xx/11/3170-4059)
Quanto: R$ 20
Classificação: não indicada a menores de 16 anos


Segue o link para a matéria no site da Folha Online - Ilustrada:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u536544.shtml
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domingo, 8 de março de 2009

O Terceiro Sexo - National Geographic

Documentário da National Geographic sobre a vida de transexuais e transgêneros em algumas partes do mundo. Confiram a sinopse oficial e os novo horários de exibição.

Tentaremos disponibilizar os vídeos, tão logo seja possível.

O Terceiro Sexo

Embora os costumes sejam distintos em todo o mundo, quase todas as sociedades compartilham uma coisa: o conceito de gênero. Muitos acreditam na existência de apenas dois: homem e mulher. E cada qual está ligado ao sexo biológico, ou seja, masculino e feminino. Ainda assim, na Índia, transexuais masculinos que optam por retirar suas genitálias vivem como mulheres e formam um terceiro sexo. Na Indonésia, padres hermafroditas lideram uma sociedade que reconhece cinco gêneros. E na região rural da Albânia, as mulheres trocam de gênero para obter igualdade. Por vezes, até mesmo as culturas mais conservadoras precisam abrir espaço para aqueles que desafiam as convenções. Mas para muitas, adotar outros gêneros ainda é um tabu.


  • Dia: segunda-feira, 15 de julho
    Horário de inicio: 22h15
    Horário de termino: 23h00
  • Dia: terça-feira, 16 de julho
    Horário de inicio: 04h00
    Horário de termino: 04h50
  • Dia: terça-feira, 16 de julho
    Horário de inicio: 22h15
    Horário de termino: 23h00
  • Dia: quarta-feira, 17 de julho
    Horário de inicio: 04h00
    Horário de termino: 04h50
  • Dia: quinta-feira, 18 de julho
    Horário de inicio: 22h15
    Horário de termino: 23h00

Filmes - Beautiful Boxer

Para se tornar mulher, ela precisou lutar como um homem, era o slogan promocional do filme, em inglês.

Baseado na história real de uma transexual tailandesa, que competiu e venceu inúmeros adversários, lutando entre os homens, como forma de conseguir dinheiro para ajudar no sustento de sua família, de camponeses muito pobres e fazer a sua cirurgia de readequação sexual, esse filme tailandês de 2003 alcançou repercussão internacional, sendo premiado em diversos festivais.

Nascida e e criada como menino, Nong Toom desde criança demonstrou interesse em usar batom, maquiagem, roupas femininas e de se tornar mulher quando adulta.

A família chegou a mandá-la para um mosteiro budista, para que o menino se tornasse monge, mas depois de algum tempo, ela descobriu que não tinha vocação e retornou para casa.

O irmão, masculino e viril tinha vontade de tornar-se lutador de muay-thai (o boxe tailandês), mas foi o frágil e delicado Nong que mostrou mais habilidade para a luta e terminou entrando para uma academia de kickboxing.



Aí, segue-se a rotina de treinamentos, as lutas e a primeira diferença: Toom passou a lutar maquiada e com roupas mais coloridas, causando surpresa no público, preconceito e zombaria or parte dos adversários, que eram derrubados um por um.

Quando estava chegando ao auge, lutando na capital Bangcok, Toom encontrou-se diante de uma nova encruzilhada: passou a fazer uso de hormonios femininos. Com a consequente perda de massa muscular e força física decorrentes da hormonização, passou a perder lutas que antes ganharia.

Nessa fase, foi ao Japão realizar sua única luta contra uma mulher genética, chamada Kyoko Inoue. Logo depois, abandonou os ringues, para fazer a sua cirurgia de redesignação sexual, passando a viver como mulher.

Segue o link para a ficha técnica do filme no Internet Movie Database (IMDb):
http://www.imdb.com/title/tt0401248/


O trailer oficial do filme:
Imagens da verdadeira luta contra Kyoko Inoue, muito menos difícil e dramática do que no filme:



Ainda, os links para baixar, com o filme em duas partes e as legendas em português, sincronizadas por esta que vos escreve:
Parte 1
Parte 2

Legendas em português:
Legendas - Parte 1
Legendas - Parte 2

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