Durante Conferência em Curitiba, lideranças discutem participação política do movimento LGBT | |||||||
31/01/2010 - 14h15 Amaranta Regalado foi a primeira candidata a deputada federal do México que teve a postulação registrada com o nome transexual A participação política do movimento LGBT (sigla para lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros) foi discutida por suas próprias lideranças durante a 5ª Conferência Regional da Ilga na América Latina e no Caribe, evento realizado em Curitiba (PR) entre os dias 27 e 30 de janeiro com o objetivo de defender os direitos desse público. Para apontar avanços e indicar o que precisa melhorar nessa área, militantes compartilharam parte de suas trajetórias de vida e o caminho que estão percorrendo no ativismo. Confira alguns relatos a seguir. Amaranta Regalado (México) A ativista dos movimentos LGBT, de HIV/aids e indígena foi a primeira candidata a deputada federal do México que teve a postulação registrada com o nome transexual. Em seu projeto de governo defendeu a equidade de gênero, despenalização do aborto e da maconha, diversidade sexual, entre outras questões. “A Igreja Católica fez campanha contra mim”, afirmou. Sofreu um acidente e perdeu um dos braços. “Mas a deficiência física não é minha bandeira. Já há quem lute por isso.” Belissa Pérez (Peru) Integra o secretariado mundial da Ilga (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais) e desenvolveu sua ação política no Instituto Runa de Desenvolvimento e Estudos sobre Gênero. Belissa contou que desde criança tinha vocação para o ativismo. A primeira ‘escola’ foi com a Igreja Católica, lutando contra a pobreza. Começou a atuar no movimento LGBT quando ingressou na universidade. Engajou-se na esquerda política, mas não se encontrou ideologicamente. “Além disso, a imprensa passava uma ideia estereotipada das pessoas de esquerda, como se todas fossem rebeldes e elitistas. Eu não queria essa imagem para mim”, contou. A crítica que fez à participação política do movimento é que, apesar de os militantes terem espaços públicos garantidos e os ocuparem, o governo não o deixa avançar. Antonio Sardinha (Brasil) Jornalista, integrante do Mescla-MS (Movimento de Estudos de Sexualidade, Cultura, Liberdade e Ativismo do Mato Grosso do Sul), Antonio participa de um projeto de formação política LGBT. A ação tem o objetivo de promover o empoderamento de grupos locais para práticas cotidianas de defesa de direitos. “A participação em locais formais começa a partir das ações no dia-a-dia”, defende. Segundo ele, no Brasil a agenda de direitos sexuais é colocada em segundo plano. Uma das discussões que levantou foi como fazer com que eles “deixem de estar escondidos nos planos de direitos humanos”. Fernando também acredita que existe dificuldade de diálogo e integração entre os diferentes movimentos sociais. Beto de Jesus (Brasil) Secretário regional da Ilga na América Latina, membro da diretoria da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros) e consultor em educação, Beto avalia que nos mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o movimento LGBT conseguiu grandes avanços, como a realização da primeira Conferência Nacional. Porém, o ativista defende maior autonomia do ativismo em relação ao governo. “Isso é fundamental, nossa sustentabilidade é muito frágil.” Beto citou ainda como pontos críticos do movimento social LGBT a alienação de muitos gays e lésbicas em relação às questões políticas e a falta de espaço, nos congressos e encontros, para a discussão de questões sobre o corpo e sobre as subjetividades dos integrantes do segmento. Mais engajamento e estratégia A moderadora do grupo de trabalho, a ativista chilena Iris Hernández, articulou os relatos afirmando, entre outras coisas, que o movimento LGBT precisa de engajamento continuado. “Sempre começamos com um grupo grande e depois as pessoas vão deixando a luta. Ficam duas ou três, que sozinhas não dão conta de reivindicar todas as demandas”, disse. Iris também declarou que é preciso trabalhar estrategicamente as diferenças ideológicas no interior do movimento de modo que isso, em vez de prejudicar, contribua com a causa. Sobre o evento A 5ª Conferência Regional da Ilga na América Latina e no Caribe reuniu cerca de 420 ativistas, de 37 países, em defesa dos direitos LGBT. A Ilga é uma federação mundial que congrega grupos locais e nacionais dedicados à promoção e defesa da igualdade de direitos para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais em todo o mundo. Fundada em 1978, reúne mais de 670 organizações. Fábio Serrato O repórter Fábio Serrato cobriu a 5ª Conferência Regional da Ilga na América Latina e no Caribe com apoio da organização do evento Fonte: Agência de Notícias da AIDS http://www.agenciaaids.com.br/noticias-resultado.asp?Codigo=13989 |
Espaço destinado a postar informações sobre a identidade crossdresser (CD), a prática do crossdressing e assuntos afins, como a travestilidade, a transexualidade e o combate à homofobia e à transfobia.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Durante a Conferência da ILGA-LAC em Curitiba, lideranças discutem participação política do movimento LGBT
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