domingo, 6 de março de 2011

Transexuais gaúchas falam sobre suas vidas, dificuldades e conquistas.


Matéria do jornal Diário Gaúcho do dia 22 de janeiro de 2011, veiculada somente na versão impressa, mostra imagens e depoimentos das transexuais Luciana Rodrigues, Luisa Helena Stern e Marina Reidel, ativistas e colaboradoras da ONG Igualdade RS - Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul.

A seguir, transcrevo o texto da matéria, acompanhado das imagens digitalizadas da publicação:
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Operada e feliz!
Luciana Rodrigues, 27 anos, esteticista, fez a cirurgia de mudança de sexo em 2004, no Hospital de Clínicas. Em seus documentos, aparece como do sexo feminino e com o nome que escolheu. Ela conta que sempre se achou diferente:

"-Tive uma infância distinta dos outros meninos. Preferia a companhia das meninas e as brincadeiras delas."

A adolescência foi complicada, pois Luciana não entendia a que turma pertencia.
"- Me achava gay, mas fui me entendendo como uma travesti. Porém, não me identificava com elas. Com o tempo, aprendi o que era o transexualismo. Fiquei sabendo do serviço do Hospital de Clínicas por uma reportagem de tevê e, imediatamente, me inscrevi" - lembra.

A cirurgia foi um marco para a esteticista, mas não mudou tanto assim a sua vida:

"- Eu já era uma mulher em meu cotidiano."





Vida de fachada
A advogada e funcionária pública Luísa Stern, 44 anos, admite que, por muitos anos, levou uma vida de fachada, como homem.

"- Nunca tive uma conduta viril, mas a transexualidade foi uma decisão recente. Comecei a tomar hormônios femininos aos 38 anos e, de dois anos para cá, a levar uma vida como mulher."

Luísa prepara-se para a cirurgia de mudança de sexo, enquanto é atendida pela equipe de profissionais do Programa de Transtorno de Identidade de Gênero do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A operação só pode ser feita após, pelo menos, dois anos de participação no grupo.

Articulada, ela presta assessoria jurídica para a ONG Igualdade - Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul.


NOTAS DA AUTORA (Luisa Helena Stern):
1) Não sou exatamente advogada, sou Bacharel em Direito e nem posso exercer profissionalmente a advocacia devido ao meu emprego público. Na Igualdade-RS, eu colaboro com trabalho voluntário, de maneira informal. A assessoria jurídica é oficialmente prestada por outra ONG, especializada na área.
2) A transcrição do que falei ficou curta e confusa. A transexualidade não é uma decisão, é uma descoberta ou uma constatação. A decisão, nesse aspecto, foi de realizar a transição de gênero para viver definitivamente como mulher.



Professor virou professora


Em junho de 2006, o professor Mário tirou 20 dias de licença na Escola Estadual Rio de Janeiro, na Capital. Quando voltou, em julho, ele já era a professora Marina Reidel. Com muita orientação aos alunos e o apoio da diretoria da escola, a mudança foi bem aceita por todos, garante a transexual, que planeja uma cirurgia particular de mudança de sexo em São Paulo:

"- Não quero passar pelo acompanhamento de dois anos. Quando tomar a decisão, é porque estarei pronta. Quero deitar e acordar operada."

A coragem de Marina e a maneira como a situação foi conduzida levaram a professora a receber em 2010, em Brasília, um prêmio nacional de educação.

A bandeira da liberdade de expressão sexual ganhou uma forte aliada em rede nacional

Apoio na Capital

  • Igualdade-RS: Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul: Rua dos Andradas, 1560, sala 613, Galeria Malcon, fone 3029-7753.

Texto original e fotos publicados na edição impressa do Diário Gaúcho de 22 de janeiro de 2010 e não estão disponíveis para acesso no site do jornal.

4 comentários:

  1. Não tem postagens???
    Sou heterossexual e não vejo em postar...
    Adorei sua iniciativa Luisa, sabe que nós da redeliberdadebr vamos ajudar essa forma de preconceito, e ainda não doar sangue a quem está morrendo por ser transexual é o fim da picada.
    Uma menina, de 7 anos, está morrendo por falta do sangue A RH negativo e uma estúpido preconceito poderá matar essa criança que tem a vida inteira para curtir.
    Viver de faixadas para ser o que é. Isto acontece até em casamento(são felizes? NÃO...)
    Faça o que mais gosta, seja feliz...#abaixoopreconceito seja ele qual for, LGBT, Raciais, doenças degenerativas, doenças mentais, e por ai vai...

    Sou musico, artista da vida, coloquei o caso da Ana Luíza em meu blog que é artístico, pois o caso dela é de urgência... aos amigos da Cultura visitem faggiaureni.blogspot.com/

    Mozart Faggi-saxofonista

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  2. Mozart,

    Muito obrigada pelos comentários.

    Creio que o principal motivo de ter poucos comentários aqui no blog é pelo fato de que eles são moderados e a pessoa precisa usar a sua conta no Goolgle para comentar.

    Isso afasta muita gente, mas me deixa tranquila em relação à trollagem e ofensas que poderiam acontecer por quem não respeita a sexualidade e a identidade dos outros.

    Nesse ponto, eu prefiro a qualidade em relação à quantidade. Prefiro ter apenas um ou outro comentário honesto, do que deixar aberto para postarem dezenas de xingamentos.

    No mais, concordamos. Também torço para que a Ana Luiza consiga logo os doadores que precisa e recomendo aos meus visitantes que confirma seu blog.

    Bjus, Luísa.

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  3. Parabéns à todas, e parabéns Luísa, queira Deus que um dia eu tome esta decisão, isto tem me atormentado tanto... mas sei que tudo vai dar certo um dia...Beijinhos.

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  4. olá luisa! meu nome é Priscila, sou lés, estudante de Psicologia e tenho um blog contra o preconceito: diversidade-adversa.blogspot.com Além disso estou fazendo um projeto de pesquisa em Psicologia Social sobre travestis e transexuais. Gostaria de saber se posso entrar em contato com vc para conversarmos, se vc teria algum material para me ajudar em minha pesquisa, etc... adorei a iniciativa! vou indicar seu blog no meu! Bjus

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