quinta-feira, 31 de março de 2011

Ativistas na vida e na rede

Reportagem destaca ativista transexual no mês da mulher


Matéria publicada na Revista do Brasil de Março/2011 e no site da Rede Brasil Atual sobre mulheres blogueiras e que defendem alguma causa, entre várias mulheres biológicas, dá destaque a uma mulher transexual, com experiência anterior na condição de crossdresser.

As autoras escolheram a nossa participação para encerrar a reportagem, com o seguinte texto:

"E, se há alguma ousadia no fato de meninas circularem com desenvoltura em ambientes tipicamente masculinos, a gaúcha Luísa Helena Stern vai ainda mais longe: nascida menino, ela decidiu corrigir esse capricho da natureza assumindo de corpo e alma o seu universo: “Sou uma mulher múltipla”, define-se. Transexual, Luísa é funcionária pública e divide seu tempo entre diversas tarefas, incluindo manter o blog Cultura Crossdresser, para defender o direito LGBT – de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros. Seu engajamento virtual tem o objetivo de disseminar uma reflexão da condição do homossexual e de tratar o tema com naturalidade, com discurso igualitário. “Já sofri muito preconceito, inclusive das redes sociais.”

Antes de tomar a decisão e se tornar transexual, a blogueira era crossdresser – pessoa de um sexo que se veste e age como se fosse­ do sexo oposto. “Vivi muito tempo nessa­ condição. Os crossdressers são pessoas­ escondidas­ do mundo real. No meu caso, recorria ao virtual para participar de grupos e clubes sobre crossdresser”, conta. “Meu blog foi criado por isso.” Depois que Luísa assumiu sua identidade feminina, outros assuntos vieram à tona, como o combate à homofobia, o ativismo para o direito dos transgêneros e o combate a toda forma de discriminação."

Leia a reportagem completa, com as outras mulheres, no site da Rede Brasil Atual:

http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/57/ativistas-na-vida-e-na-rede

domingo, 6 de março de 2011

Transexuais gaúchas falam sobre suas vidas, dificuldades e conquistas.

Matéria do jornal Diário Gaúcho do dia 22 de janeiro de 2011, veiculada somente na versão impressa, mostra imagens e depoimentos das transexuais Luciana Rodrigues, Luisa Helena Stern e Marina Reidel, ativistas e colaboradoras da ONG Igualdade RS - Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul.

A seguir, transcrevo o texto da matéria, acompanhado das imagens digitalizadas da publicação:
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Operada e feliz!
Luciana Rodrigues, 27 anos, esteticista, fez a cirurgia de mudança de sexo em 2004, no Hospital de Clínicas. Em seus documentos, aparece como do sexo feminino e com o nome que escolheu. Ela conta que sempre se achou diferente:

"-Tive uma infância distinta dos outros meninos. Preferia a companhia das meninas e as brincadeiras delas."

A adolescência foi complicada, pois Luciana não entendia a que turma pertencia.
"- Me achava gay, mas fui me entendendo como uma travesti. Porém, não me identificava com elas. Com o tempo, aprendi o que era o transexualismo. Fiquei sabendo do serviço do Hospital de Clínicas por uma reportagem de tevê e, imediatamente, me inscrevi" - lembra.

A cirurgia foi um marco para a esteticista, mas não mudou tanto assim a sua vida:

"- Eu já era uma mulher em meu cotidiano."





Vida de fachada
A advogada e funcionária pública Luísa Stern, 44 anos, admite que, por muitos anos, levou uma vida de fachada, como homem.

"- Nunca tive uma conduta viril, mas a transexualidade foi uma decisão recente. Comecei a tomar hormônios femininos aos 38 anos e, de dois anos para cá, a levar uma vida como mulher."

Luísa prepara-se para a cirurgia de mudança de sexo, enquanto é atendida pela equipe de profissionais do Programa de Transtorno de Identidade de Gênero do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A operação só pode ser feita após, pelo menos, dois anos de participação no grupo.

Articulada, ela presta assessoria jurídica para a ONG Igualdade - Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul.


NOTAS DA AUTORA (Luisa Helena Stern):
1) Não sou exatamente advogada, sou Bacharel em Direito e nem posso exercer profissionalmente a advocacia devido ao meu emprego público. Na Igualdade-RS, eu colaboro com trabalho voluntário, de maneira informal. A assessoria jurídica é oficialmente prestada por outra ONG, especializada na área.
2) A transcrição do que falei ficou curta e confusa. A transexualidade não é uma decisão, é uma descoberta ou uma constatação. A decisão, nesse aspecto, foi de realizar a transição de gênero para viver definitivamente como mulher.



Professor virou professora


Em junho de 2006, o professor Mário tirou 20 dias de licença na Escola Estadual Rio de Janeiro, na Capital. Quando voltou, em julho, ele já era a professora Marina Reidel. Com muita orientação aos alunos e o apoio da diretoria da escola, a mudança foi bem aceita por todos, garante a transexual, que planeja uma cirurgia particular de mudança de sexo em São Paulo:

"- Não quero passar pelo acompanhamento de dois anos. Quando tomar a decisão, é porque estarei pronta. Quero deitar e acordar operada."

A coragem de Marina e a maneira como a situação foi conduzida levaram a professora a receber em 2010, em Brasília, um prêmio nacional de educação.

A bandeira da liberdade de expressão sexual ganhou uma forte aliada em rede nacional

Apoio na Capital

  • Igualdade-RS: Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul: Rua dos Andradas, 1560, sala 613, Galeria Malcon, fone 3029-7753.

Texto original e fotos publicados na edição impressa do Diário Gaúcho de 22 de janeiro de 2010 e não estão disponíveis para acesso no site do jornal.