sábado, 30 de janeiro de 2010

Travestis criam campanha para sensibilizar população contra preconceito


Travestis de todo o país acabam de produzir toques, telas de descanso e vídeos de celular, cartazes e folderes para uma campanha de promoção de direitos humanos e prevenção à aids que será produzida pelo Ministério da Saúde. Nesta sexta-feira, 29 de janeiro, Dia da Visibilidade das Travestis, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais mostrou em Curitiba o produto do trabalho desenvolvido por elas em oficina de criatividade realizada em Brasília entre os dias 16 e 18 de janeiro. 
O material está disponível no site: www.aids.gov.br/travestis

É a primeira vez que as travestis produzem e criam o conceito de um material destinado para elas mesmas. Com o slogan “Sou travesti. Tenho direito de ser quem eu sou”, a proposta é promover a inserção social e a imagem positiva das travestis, além de disseminar o conhecimento sobre as formas de prevenção às DST, HIV e aids e o combate à violência e à discriminação.

“Como são vítimas de violência e da dificuldade de acesso a serviços públicos, como saúde e educação, as travestis tornam-se mais vulneráveis à infecção pelo HIV”, explica a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Mariângela Simão. “Produzir o seu próprio material faz delas as protagonistas das suas próprias histórias. Na vida real, elas não são ouvidas, não são vistas.”, completa ela. Não acolhidas de forma adequada nos serviços de saúde, elas também têm mais dificuldades para recorrer aos instrumentos necessários à prevenção às DST e outros problemas de saúde.

O material gráfico preparado na oficina em Brasília é composto de quatro modelos de cartazes e três folderes com mensagens de prevenção. Os materiais elaborados por elas serão produzidos e distribuídos pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, a partir de março.

Além do material gráfico e da distribuição via internet de peças eletrônicas está previsto um hot site a ser lançado também em março com materiais da oficina, making of, conteúdos de prevenção e jogos interativos. O público terá a oportunidade de conhecer as travestis como elas realmente são por meio de vídeos que mostram, por exemplo, o que há na bolsa de uma travesti e como foi a escolha do nome social.

Fonte: Departamento de DST/aids e Hepatites Virais
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Reproduzido no blog do grupo SOMOS Comunicação, Saúde e Sexualidade
http://somosglbt.blogspot.com/2010/01/travestis-criam-campanha-para.html
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domingo, 24 de janeiro de 2010

V Conferência Regional da ILGA-LAC - Curitiba 2010




































A V Conferência da ILGA na região da América Latina e do Caribe será realizada em Curitiba, Paraná, Brasil, de 27 a 30 de janeiro de 2010.

A ILGA - Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, pessoas Trans e Intersex - é uma federação mundial que congrega grupos locais e nacionais dedicados à promoção e defesa da igualdade de direitos para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas trans e intersex (LGBTI) em todo o mundo.

Fundada em 1978, a ILGA reúne entre seus membros mais de 670 organizações, entre pequenas coletividades e grupos nacionais, representando, assim, mais de 110 países, oriundos de todos os continentes.

Atualmente, a ILGA é a única federação internacional a reunir ONGs e entidades sem fins lucrativos que concentra a sua atuação, em nível global, na luta pelo fim da discriminação por orientação sexual e identidade de gênero.

A V Conferência da ILGA-LAC e demais eventos pré-Conferência têm como objetivo definir estratégias de promoção dos direitos humanos, da cidadania, da saúde e da cultura de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersex na região da América Latina e do Caribe para o biênio 2010-2012, bem como eleger os/as Secretários/as Regionais e Sub-regionais da ILGA.

Pré-Conferência

A V Conferência será precedida dos eventos indicados no menu direito, nos dias 26 e 27 de janeiro de 2010.

Para mais informações e a programação completa, acessem o site oficial da V Conferência:
http://www.ilgalac.grupodignidade.org.br/port/index.php
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sábado, 23 de janeiro de 2010

TERÇAS TRANS!! - 26/01/2010

Olá Pessoal,

Nesta terça-feira teremos mais uma reunião do TERÇAS TRANS com o tema escolhido na última reunião:

ENTENDENDO A PATOLOGIZAÇÃO E A DESPATOLOGIZAÇÃO DAS TRANSGENERIDADES!!

Venha saber o que significa a patologização, em que isso tem relevância para as pessoas trans, quais as propostas para despatologização, o que muda se houvesse a mudança do CID em 2012, e muito mais!!!

IMPERDÌVEL!!!

Dia 26/01/2010 às 19h
Centro de Referência da Diversidade
Rua Major Sertório, 292/294 - Centro
Metrô República

e vem ai a programação para SEMANA DA VISIBILIDADE TRANS em São Paulo.

Coordenação: Alessandra Saraiva
Organização: Associação da Parada GLBT de São Paulo e Centro de Referência da Diversidade

sábado, 9 de janeiro de 2010

Isto É entrevista - Marci Bowers: "Eu Queria Ser Menina Desde O Dia Em Que Nasci"

Referência em cirurgia de troca de sexo, a médica americana Marci Bowers se tornou mulher aos 37 anos, depois de se formar, casar e ter três filhos

Claudia Jordão



AMOR
Depois da cirurgia de troca de sexo, Marci se relacionou com homens e mulheres. Há sete meses tem uma namorada


Vinte e dois de novembro de 1963 entrou para a história como o dia em que o então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, foi assassinado. Mas, para a ginecologista e obstetra americana Marci Bowers, a data carrega um significado bem diferente. Marci ainda se chamava Mark, era um menino de 5 anos que morava em Oak Park, Illinois, com os pais e duas irmãs. “Minha mãe entrou em meu quarto chorando e gritando: “O presidente levou um tiro!”, lembra Marci. “E, então, no segundo seguinte, parou de chorar, respirou fundo e me perguntou: ‘O que você está fazendo com o vestido da sua ir­mã?’”

Foi nesse dia que o pequeno Mark soube que vivia a contradição de ser menina num corpo de menino. O sentimento o perseguiu por mais 32 anos. Mark se tornou especialista em omitir o que pensava e sentia, formou-se em medicina, se casou e teve três filhos – tudo isso para agra­dar aos pais. Em 1995, aos 37 anos, finalmente se submeteu a uma cirurgia de troca de sexo.

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"O lado negativo de me tornar mulher (acima Merci Bowers antes e depois da cirurgia) foi notar que os homens olham para os meus seios para não se entediar com o que digo"



Hoje, aos 51 anos, é médica e referência no mesmo procedimento que mudou sua vida. Ra­­di­­­ca­­da em Trinidad, no Colorado, “a capital da troca de se­xo”, realiza essas cirurgias desde 2003. Já fez 800 reversões em homens e mulheres. Seus pacientes chegam a esperar um ano na fila. No ano passado, levou a técnica de reconstrução de clitóris para os EUA. Ela aprendeu o procedimento com o urologista francês Pierre Foldes, criador do procedimento, e realizou, sem cobrar, 12 cirurgias em mulheres vítimas de mutilação sexual.

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"Em um casamento, respeito e amizade podem suportar até uma troca de sexo. Graças a isso, nossos três filhos (em foto de 2007 com Marci) sobreviveram e até prosperaram"

Istoé -Como era a vida da sra. antes da cirurgia?

Marci Bowers -Minha cirurgia de troca de sexo ocorreu no meio dos anos 90. Antes disso, minha vida era bem simples. Morava no centro de Seattle (Estados Unidos), era pai de três filhos e jogava golfe. Ou seja, uma rotina bem entediante. Eu carregava uma grande tristeza dentro de mim, pois queria ser menina desde o dia em que nasci. Eu era muito mais raivosa, conflituosa e imatura. E menos cuidadosa e interessada pelas coisas. Resumindo, mais infeliz. Depois da transição, a vida se tornou muito mais significativa e interessante. Eu tive a oportunidade de experimentar tudo de bom e ruim que a vida me reservava, mas como mulher. E a experiência pôde me mostrar muito claramente como a sociedade trata homens e mulheres de maneira diferente.

Istoé -E a vida sexual nessa época?

Marci Bowers -Eu e minha ex-mulher fizemos sexo sem proteção três vezes e tivemos três filhos. Fazíamos tanto sexo quanto qualquer outro casal. Mas acredito que eu era um amante melhor do que a maioria dos homens. Eu só conseguia atingir o clímax na hora em que ela estivesse pronta. E só tinha orgasmos porque me imaginava no lugar dela. Minha vida sexual foi ok até eu começar a tomar hormônios (passo anterior à cirurgia de troca de sexo). A partir daí, permanecemos casados, mas nos tratávamos como irmãs, sem sexo.

Istoé - O que sustentou o casamento?

Marci Bowers -Eu tive e continuei tendo um bom casamento, construído graças ao respeito mútuo e à amizade, mais do que àquela paixão ardente. A paixão acaba, mas o respeito e a amizade podem suportar até mesmo isso, uma troca de sexo. Graças à nossa honestidade e ao respeito um pelo outro, nossos três filhos sobreviveram e até prosperaram, o que me enche de orgulho. Minhas filhas têm 19 e 17 anos e planejam ser médicas, assim como eu. Meu filho tem 13 anos, é extremamente interessado, inteligente e feliz. Quem sabe para onde ele irá?

Istoé - Seus pais também a apoiaram?

Marci Bowers -Depois que minha mãe me surpreendeu de vestido, aos 5 anos, me tornei especialista em esconder sentimentos. Por isso, conforme eu ia crescendo, minha autoestima ia diminuindo. Me sentia no lugar errado, como se estivesse na posição oposta no time da escola. Quando eu disse à minha família que iria trocar de sexo, eles não me apoiaram, principalmente por medo e ignorância. Mas, aos poucos, se aproximaram. Até mesmo meu pai, que era muito orgulhoso e faleceu em agosto do ano passado, passou a me chamar exclusivamente de Marci e a elogiar minha trajetória como médica.

Istoé - Então, a sra. só contou aos seus pais adulto?

Marci Bowers -Sim. Quando eu era adolescente, odiava o meu corpo. Minhas mãos e braços pareciam de menina e eu sempre me imaginava como tal. Mas eu me esforçava para parecer macho, tentando (sem sucesso) ganhar peso e massa muscular. Tentei jogar beisebol e futebol americano. Não jogava muito bem, mas fiz amigos, compartilhei interesses e fui bem na escola. No nono ano, no entanto, fui vítima de bulling logo que eu e a minha família nos mudamos de Estado. Minha vida era triste grande parte do tempo. Nos bastidores, eu invejava a puberdade das minhas irmãs e, sempre que possível, vestia as roupas delas e das suas amigas. Eu me odiava por isso, mas meus sentimentos cresciam exponencialmente.

Istoé - Quando pensou em mudar de sexo pela primeira vez?

Marci Bowers -Li uma reportagem na revista “Time” sobre transexuais quando eu tinha 15 anos e soube que se tratava do meu caso. Aos 19 anos, deixei a faculdade e peguei carona para San Diego, na Califórnia, mas não tive condições de passar pela transição para me tornar mulher. Faltava dinheiro para tudo, a situação não se resolvia apenas comprando roupas femininas. Voltei para a faculdade disposto a realizar o sonho dos meus pais de me tornar médico e seguir ignorando meu lado feminino. Quase 20 anos depois, não pude mais negar os meus sentimentos.

Istoé - Quais mudanças de tratamento a sra. percebeu quando finalmente conseguiu fazer a cirurgia?

Marci Bowers -Os homens, e muitas mulheres também, passaram a prestar mais atenção em mim e em meus atributos físicos e se tornaram mais gentis. Ir às compras se tornou mais divertido, escolher e vestir roupas também. Resumindo, era muito mais legal acordar de manhã e simplesmente ser eu. O lado negativo foi descobrir que as minhas opiniões não são respeitadas, que o que digo não tem valor e notar que os homens olham para os meus seios para não se entediar com o que eu digo. Também fui vítima de estupro. Desde então, tenho medo de ir a certos lugares e me preocupo com a minha segurança.

Istoé - Então, a vida é mais complicada para as mulheres?

Marci Bowers -Muito mais! Especialmente quando se passa por uma transformação tão grande quanto a minha... e quando a idade chega. Minha aparência física desce ladeira abaixo. Com os homens, isso costuma ser diferente. Eu também acho muito difícil pedir para que consertem meu carro ou algo em minha casa. Tudo que digo é interpretado como algo idiota ou sem sentido. O preconceito é grande.

Istoé - Provavelmente é agravado pela sua história.

Marci Bowers -Pois é, existem muitos preconceitos que permanecem. Como a minha vida é aberta como um livro alguns sabem do meu passado, insistem em não me tratar como mulher e se referem a mim como se eu fosse algum tipo de atração circense. Mas isso é raro e prefiro pensar que todos me veem 100% mulher.

Istoé - Alguns anos depois da cirurgia, a sra. se separou. Casou-se novamente?

Marci Bowers -Sim, tive a sorte de encontrar a pessoa dos meus sonhos há sete meses. No início da transição, me relacionei exclusivamente com homens (incluindo um homem que nasceu mulher e fez a cirurgia), mas depois me envolvi com uma mulher muito interessante e passei os últimos seis anos com ela. Nosso relacionamento era tumultuado e não nos completava totalmente. Quando Allien, minha atual mulher, entrou em minha vida, meu relacionamento com Carol, minha ex, estava terminando. Nos comprometemos como parceiras de vida em 29 de outubro de 2009, em uma cerimônia em Las Vegas, esperamos poder casar em breve e, quem sabe, formar uma família.

Istoé - A sra. era uma próspera ginecologista em Seattle. O que a fez virar uma especialista em mudança de sexo em Trinidad, no Colorado?

Marci Bowers -Quem fez a minha cirurgia foi o dr. Stanley Biber, um dos maiores especialistas do mundo em cirurgias de troca de sexo e a maior autoridade em Trinidad. A partir da transição, comecei a me interessar pelo assunto e a estudar muito. Me mudei para Trinidad e fui treinada pelo próprio dr. Biber. Depois que ele se aposentou, assumi seu trabalho.

Istoé - A sra. também é especialista em reconstrução de clitóris. O que a levou para esse caminho?

Marci Bowers -Vitimar a mulher em nome de algo enraizado culturalmente não faz o menor sentido para mim. Se isso fosse feito com homens ou garotos pequenos, o mundo ficaria revoltado e guerras seriam travadas. Me envolvi ao notar a gran­­de demanda por esse tipo de cirurgia. E, também, porque a restauração da sensibilidade da mulher traz mais benefícios para a identidade do que para a vida sexual dela. É exatamente o que acontece com a cirurgia de troca de sexo. Tem a ver com o meu universo.

Istoé - Que sonho ainda não realizou?

Marci Bowers -Minha vida e o lar dos sonhos continuam em Seattle, aonde vou com frequência. Infelizmente, tentei algumas vezes voltar para lá, mas fui ignorada ou dispensada por médicos e administradores de hospitais, apesar do meu currículo.

Istoé - A sra. é considerada uma estrela pelos transexuais de seu país. A admiração traz muita responsabilidade?

Marci Bowers -Eu acredito que sim, que isso me dê certa responsabilidade, no sentido de informar e educar o público sobre o que diz respeito aos transexuais. Assim como outros transexuais, me sinto uma mulher como outra qualquer. Não compartilho de todas as questões do universo feminino, mas isso não acontece com nenhuma mulher do mundo. E, olha, que meus seios são verdadeiros!


Leia a matéria original em:
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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Big Brother Brasil Arco-íris

Do site
Gay.com.br

O Big Brother Brasil, que nas edições anteriores já teve participações de gays (Marcelo Arantes no BBB8 que arrancou suspiros ursinos e Jean Willys, o vencedor do BBB5, além de participantes prováveis gays, mas que preferiram não assumir dentro da casa), este ano estará bem mais colorido e assumido, com participação de dois gays e uma lésbica na décima edição do ‘reality show’. Mas você pensa que já fechou a lista? O BBB10 também terá a participação simpatizante da proprietária da comunidade ‘Homofobia Já Era’ no Orkut.




A começar com o Dicesar que dá vida a diva drag queen Dimmy Kieer, conhecidíssima na cena gay. Depois com a participação do emo Sérgio Francischini, conhecido na net como Sr. Orgastic, da jornalista Ana Angélica que apresentava um programa de esporte para uma afiliada da Rede Record, e da linguística Elenita, que não é do babado, mas é uma árdua lutadora contra o preconceito sofrida pelos LGBTs.



Dicesar/Dimmy Kieer tem 44 anos e é natural de Londrinha-PR, já tentou entrar no BBB duas vezes. Os boatos da sua participação já corriam pelo Twitter dia antes do anúncio oficial no blog do programa. Ele próprio tinha enviando um tweet comentando que havia participado da cadeira elétrica, a entrevista seletiva para o BBB e que ele havia ido bem.




Sérgio Franscischini/Sr. Orgastic tem 20 anos, o estudante paulistano será representante emo e é abertamente gay. “Os pais sabem sempre, só que tentam não demonstrarem isso, é como esconder o sol com a peneira, mas uma hora isso vai se tornar um diálogo; No meu caso, nunca ouve uma CONVERSSA, meu lado homossexual sempre foi bem acentuado desde de pequeno… não tinha muito o que falar eles sabiam e eu sentia isso, falei o necessário e ai veio o apoio em seguida, um apoio mais reforçado, porque apoio sempre eu tive”, respondeu ele para uma pergunta no seu perfil no FormSpring.



A jornalista mineira Ana Angélica tem 24 anos e apresentava o programa ‘Paranaíba Esporte’ da TV Paranaíba, afilada da Rede Record em Uberlândia. Para um depoimento para a Folha de SP, Marcos Maracanã, ex-colega de emissora disse que “ela é profissional e uma boa jornalista” além de ser ”reservada na sua vida pessoal”. Maracanã contou que Ana é assumidamente lésbica e que tem uma namorada “linda”. Contou ainda que ela já fez cursos de teatro e que ela tem uma “afinidade grande” com o meio da televisão. “Ela vai bombar lá [no BBB], pode ter certeza”, afirmou Maracanã.



Elenita Rodrigues fez mestrado em linguística aplicada pela UnB em 2002, e doutorado na mesma área pela Unicamp. Elenita é proprietária da comunidade ‘Homofobia Já Era’ no Orkut. Com 63.421 membros é umas das comunidades que mais briga contra a homofobia na web. A comunidade está eufórica, não é para menos, pois existe uma boa oportunidade para o Brasil discutir sobre a questão das homopessoas e a homofobia em rede nacional. Num post na comunidade, Luiz Claudio bem disse que “devemos ficar felizes pois uma batalhadora pela tolerância e um homossexual conhecido da cena GLS estão juntos nessa mesma edição do programa. Se o Brasil conseguir, depois destes 3 meses de BBB, respeitar mais, tolerar mais e e ser mais generoso depois de ver que somos pessoas comuns e ‘do bem’ (assim como foi com Jean Wyllis) já teremos tido um grande resultado.”

Quase todas letrinhas do universo homo representandas ali. Só faltou quem representasse as transpessoas. Lembre que no processo de seleção correu um boato que haveria uma candidata transpessoa anônima, informação desmentida depois pelo próprio Boninho.

Realmente, que esta edição do BBB está colorida, não resta nenhuma dúvida. Agora pergunto quais são as verdadeiras intenções da produção do programa comandado pelo Boninho com essa escolha colorida dos participantes?

Fonte:
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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Por quem as travestis choram ?

Hoje eu li uma notícia que me fez lembrar desse texto, postado na comunidade Homofobia - Já era, no Orkut, em 09 de fevereiro de 2006:

Por quem as travestis choram?


Na quarta-feira, 25 de janeiro, Claudete Troiano saiu de casa para trabalhar.

Seu corpo foi encontrado num terreno baldio do Jardim Itatinga (em Campinas/SP.) já em adiantado estado de putrefação. Seu crânio quebrou com força da pancada desferida por um pedaço de madeira (?).

Claudete Troiano tinha 24 anos, era travesti e profissional do sexo. Havia saido para fazer um programa. Encontrou a morte. Fui informado de seu falecimento por telefone. Seu corpo fora encontrado na manhã de sábado, 28, por uma moradora do bairro.

Por problemas burocráticos, final de semana, folga do delegado, etc., o sepultamento de seu cadáver ocorreu na terça-feira, 31 de Janeiro, no cemitério dos Amarais, numa vala comum.

Alguns militantes, representantes do Centro de Referência GLTTB, e mais meia dúzia de travestis, suas colegas de infortúnio, acompanharam emocionados o pobre caixão de madeira barata, destinado pelo poder público aos indigentes.

De família pobre, oriunda de uma pequeno povoado nos cafundós de Mato Grosso (não sei se do Sul ou do Norte), provavelmente fugindo das carências financeira, habitacional, educacional, ou de tudo isso, aliado a incompreensão e chacotas provocadas por seus trejeitos femininos, um garoto franzino, de pele esturricada, se mandou por esse mundão de meu Deus, em busca de um pouco de conforto, se não material, pelo menos psicológico.

Chegando no grande centro urbano, deslumbrado e ansioso, o pobre garoto, alterou suas formas físicas, mudou seu nome e assim encontrou conforto psíquico.

Mas como o correto é ser branco, heterossexual e classe média, e Claudete era negra, pobre e travesti, a escola, o trabalho e as pessoas normais a mandaram para as margens da sociedade. Desta maneira ela acabou no Itatinga, lugar de gente que não presta: cafetões, putas, viados, sapatões, maconheiros, traficantes e travestis!
Aliás, esta gente presta única e exclusivamente para alimentar as taras e vícios dos homens de bem brancos, heterossexuais e de classe média.

Mário Chamie, um poeta paulista, em um de seus versos diz que " o rio que tudo carrega é chamado de violento, mas não são violentas as margens que o comprimem". Seguindo esta lógica, é corrente o discurso que coloca as travestis como a escória social, drogadas, loucas, desvairadas.

Todos nós sabemos que amizade, carinho, reconhecimento são fundamentais para que qualquer ser humano se fortaleça e crie vínculos com os seus semelhantes mas a família expulsa, a escola exclui, o trabalho desemprega as travestis. Assim, tudo e todos que não tem lugar no espaço social - cafetões, putas, viados, sapatões, maconheiros, traficantes e travestis – se encontram nas margens da sociedade. E se unem, se alimentam, se estimulam, se confortam criando vínculos afetivos.

Fico imaginando o tamanho da dívida que a sociedade heterossexista tem com todos os indivíduos que ousam trilhar o caminho do desvio, que fogem da rota determinada por ela como a "normal". Já pensou no sofrimento psíquico imposto a um sem número de pessoas que estão na contra mão ? Na dor dos que são classificados como doentes pelos doutores, daqueles que são tidos como pecadores pelas santas religiões, daqueles que são jogados na marginalidade pelos juristas ?

Para quem vamos enviar esta dolorosa conta?

Naquela tarde do dia 31 de janeiro de 2006, um senhor de paletó puído, cabelos brancos e ligado a alguma irmandade da igreja católica rezou sobre o caixão onde jazia o cadáver de Claudete. Ele não era padre, nem bispo, e tão pouco tinha a aparência de alguém que pertencia a hierarquia da igreja. Ao aspergir água benta mandava para longe a culpa da igreja que trata gays, lésbicas, travestis e transexuais como seres condenados ao fogo eterno. Ao mesmo tempo acolhia para o reino do senhor a alma daquele corpo errante.

Uma travesti, vestida de preto, chorava copiosamente. Chorava por quem ? Por Claudete que fora assassinada ? Ou por todas as travestis que trilham o mesmo roteiro de vida?

Algumas das poucas pessoas presentes ao féretro, após depositarem algumas flores sobre o túmulo, acenderam velas e rezaram.

Sentado num banco próximo fiquei pensando: quem de fato precisa de um caminho iluminado: Claudete que se fora, ou aquelas guerreiras que resistem a todas as porradas cotidianas ?

Por Paulo Reis dos Santos
pa_re@bol.com.br



* Paulo Reis dos Santos é mestrando pelo GEISH – Grupo de Sexualidade Humana da Faculdade de Educação da UNICAMP e Coordenador do Centro de Referência de Gays, Lésbicas, Travestis, Transexuais e Bissexuais da Prefeitura Municipal de Campinas.

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Pois ao ler o jornal de manhã cedo, em meio a uma notícia que tratava dos assassinatos no feriadão de Ano Novo, me deparei com o seguinte:

"Na Capital, o corpo do travesti Bombom, 31, foi encontrado às 10h de ontem no Parque da Redenção, sem sinais aparentes de lesão." (sic)
http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=96&Caderno=0&Noticia=80146

Mas quem se importa com isso ? Quem é capaz de chorar por ela ?

Bombom era travesti, negra, pobre, moradora de rua, HIV+ e alcoolista. Vivia no último grau de exclusão social, em grande parte devido à sua sexualidade.

Frequentava as reuniões quinzenais da ONG Igualdade, nas tardes de quarta-feira, nos altos do Mercado Público de Porto Alegre. O principal motivo de ir às reuniões era a distribuição de preservativos, mas ela participava das rodas de conversa e gostava de dar palpite em todos os assuntos.

Muitas vezes, Marcelly Malta, Presidente da Igualdade, tinha que lhe mandar "calar a boca" (assim mesmo, de maneira direta), para deixar que as as outras pessoas também conseguissem falar um pouco.

Dizia que era feliz, porque tinha um homem que gostava dela e na rua encontrava tudo o que precisava para viver.

Com certeza, as próximas reuniões serão muito mais monótonas devido à sua ausência.

Que Descanse Em Paz !  
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