sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Debate sobre Diversidade Sexual, Homofobia e PLC 122 na #RedeLiberdade


No primeiro debate de 2011 a Rede Liberdade vai ouvir e discutir com Dimitri Sales, coordenador de Políticas do Estado de São Paulo para a Diversidade Sexual .

Com o tema sexualidade, homofobia e fascismo, o debate acontecerá dia 06 de janeiro as 23hs (horário brasileiro de verão) pela webcam do tinychat, tendo Bemvindo Sequeira como mediador e também a participação da transexual gaúcha Luisa Stern (@luisa_stern).

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Comentários:

A #RedeLiberdadeBR é uma associação livre de tuiteiros e blogueiros, criada pelo ator Bemvindo Sequeira para debater assuntos que não interessam a grande mídia e difundir a informação entre seus associados.

Os principais contatos da #RedeLiberdadeBR são:
Blog: http://redeliberdade.blogspot.com/
Twitter: http://twitter.com/redeliberdadebr
Chat: http://tinychat.com/redeliberdade
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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

PLC 122/06 ganha domínio na rede

Com o intuito de tirar dúvidas sobre o PLC 122/06, ativistas criam site com domínio exclusivo

Acesso pode ser feito diretamente pelo endereço: http://www.plc122.com.br/

O intuito é postar informações sobre o conteúdo do projeto, esclarecer sobre as dúvidas mais frequentes e, sobretudo, informações e comentários deliberadamente falsos que são veiculados por iniciativa principal de quem defende a manutenção dos preconceitos.

A iniciativa de criação do site é de um grupo de participantes da Comunidade Homofobia - Já era no Orkut, com vários integrantes da mesma equipe que mantém o blog Eleições HoJE

A seguir, transcrevo a postagem original, que anuncia a criação do site, no blog Eleições HoJE



PLC122 ganha domínio na rede.

pela Redação do blog Eleições HoJE

Ontem lançamos o site www.plc122.com.br de iniciativa do nosso blog Eleições HoJE em conjunto com a comunidade Homofobia Já Era, com o objetivo principal informar toda a população sobre o PLC122, sua importância e seu alcance.

Basta fazer uma busca rápida no google pra ver a quantidade de sites que existem a respeito do projeto, mas  muitos estão baseados na falta de informação, muita mentira está sendo dita.

O PLC122 não fere a liberdade de crença e nem o movimento LGBT luta por isto. O que homossexuais, bissexuais, trans buscam é por respeito, reconhecimento e igualdade de direitos.

As regras básicas do site se baseiam no respeito, portanto não será permitido postagens que desrespeitem religiões, orientação sexual ou que incite qualquer tipo de preconceito.

Leiam e se informem. O site propõe a tornar-se uma fonte de informações tanto pra quem luta pelos direitos LGBTs, quanto por quem hoje é contrário ao PLC122, muitas vezes por estar equivocado quanto ao projeto.

Acessem leiam e contribuam com este debate: www.plc122.com.br
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Transexual com vivência crossdresser, Luisa Stern conversa com o Mix Brasil

14/12/2010 - 17h07
Por : Neto Lucon - Foto : Neto Lucon

Transexual conta a experiência crossdresser e fala sobre cartunista Laerte


Luisa Stern: "Hoje em dia existem muitos gays e bissexuais 
em grupos de crossdresser"

A palavra crossdresser (CD) ainda é desconhecida para muitos membros da comunidade LGBT. Na mídia, geralmente é utilizada para reportagens sensacionalistas ou curiosas. Já nas Paradas, baladas gays... pouco aparecem.  

Com vivência crossdresser, a funcionária pública de Porto Alegre Luisa Helena Stern foi a fonte de informação para muitos internautas. Fundadora da comunidade e do site “Cultura Cross Dresser”, em que aborda assuntos referente a transgêneros, ela surpreendeu muita gente ao se assumir publicamente transexual há dois anos.

Hoje militante do movimento LGBT, Luisa esteve 25ª Conferência Mundial (ILGA), que ocorreu no início de dezembro, e conversou com exclusividade ao Mix Brasil. Aqui, ela fala sobre a vivência crossdresser, o cartunista Laerte e como se descobriu transexual. 

A maioria das reportagens envolvendo crossdressers tem teor sensacionalista ou curioso, como aconteceu com o Laerte. Você, que já teve essa vivência, acha que muita coisa ainda precisa ser dita?
Ah precisa. A mídia não-especializada realmente é sensacionalista, busca por pessoas que estejam dispostas a fazer um freak show, aparecer lá como uma figura meio confusa, que nem sabem o que é crossdresser. O Laerte é um exemplo. Apesar de ter uma identificação com o termo, ter uma personagem, estar dentro de um clube, ele não tem muita ideia do que é ser crossdresser. Ele mesmo se perde muito na própria identidade, troca os termos.

O Laerte se assumiu como CD, mas nunca se desmonta. Ele não seria uma travesti?
Discordo. O fato de sair em público com roupas femininas não significa que ele já é travesti ou transexual. E tem algumas coisas que diferem até mesmo da maioria das crossdressers, que é sair vestido de mulher e falar o nome masculino. Isso causa constrangimento para elas. Para mim, ele não se encaixa no perfil de crossdresser, quanto mais de travesti ou transexual. A travesti não quer ser chamada de João em nenhum momento.

Você acredita que a mídia peca principalmente por nem saber o que significa. Então me explica o que é crossdresser?
Na tradução literal seria vestir-se ao contrário, com roupas do sexo oposto. Essa palavra foi adotada como símbolo da identidade de um grupo de heterossexuais que se vestiam de mulher lá nos início dos anos 60. São homens que levam duas vidas, que montam e se desmontam, que não fazem intervenções no corpo muito visíveis ou definitivas. Não significa que hoje, 50 anos depois, seja só formado por heterossexuais, existem muitos bissexuais e gays, mas os héteros são a maioria.

A motivação de ser crossdresser é sexual? Ou é uma identificação com o gênero oposto?
A questão de ser um motivador sexual é polêmica, cai naquele conceito médico que quer patologizar essas questões. O crossdresser não tem uma motivação inicial movida ao sexo. É diferente do que chamam de “travestismo fetichista” que é puramente sexual. O travestismo fetichista usa aquela roupa até o momento de ter o prazer, depois tira e sente até culpa. Já a crossdresser procura na troca de roupa um alívio para as pressões do mundo machista, de relaxamento.

Como foi a primeira vez que vestiu roupas femininas?
Não sei ao certo, mas foi quando era criança. Ficava no banheiro, vestia roupas da minha mãe ou da minha irmã. Mas não era uma montagem completa. Depois ficou meio adormecido na adolescência, início da fase adulta. Até que passei a morar sozinha, passei a ter mais privacidade e comprar as minhas coisas. Primeiro foi com uma ou outra peça de lingerie, depois peça de vestuário, peruca, maquiagem. No começo, se eu olhar para trás, vejo que fazia uma figura bem caricata. Fui aprendendo com o tempo.

Pelo que li, crossdressers se realizam com a montagem. É possível mesmo se contentar com essa realização somente por algumas horas? Ser crossdresser não seria um passo para ser travesti?
Vejo que a maioria das crossdressers tem um grande prazer na hora de se montar e uma tristeza na hora de se desmontar. Existe até um apelido dentro do clube que é a “síndrome de acetona”, quando tira o esmalte, a maquiagem... Mas quem é crossdresser típico, acaba indo tranquilamente para a sua vida masculina de novo. Uma das características da crossdresser é justamente gostar da vida masculina também. No meu caso, assim como acontece com alguns, foi um aprendizado. Tanto que, quando passei a usar roupa feminina pela primeira vez, não tinha ideia onde eu iria chegar. Foi progressivo: quanto mais me vestia com roupa feminina mais eu queria usar.

A presença da crossdresser dentro da comunidade LGBT passa quase invisível. Você acha que as crossdressers são discriminadas?
Não, eu acredito que as crossdressers se isolam e procuram se reunir em lugares fechados pela questão da privacidade, aquela coisa do “homem heterossexual que gosta de se vestir de mulher”. Ela é que não quer ir a uma balada GLS, ela é que procura se reunir em grupos fechados. No meio LGBT, o que existe em relação à crossdresser é desconhecimento. Gays não sabem se elas são transformistas, drags, travestis iniciantes. Fora de São Paulo o conhecimento sobre crossdresser é praticamente zero.
Muitas transexuais dizem que a consciência de que são mulheres acontecem desde a infância. Por que demorou tanto tempo para se descobrir?
Na medicina dos anos 70, existe a figura da transexual primária, aquela que tem certeza do que desde a infância, e a transexual secundária, que se descobre na meia idade. Hoje em dia já se desconstrói os conceitos de transexual de primário e secundário para não dar a ideia de que uma é melhor que a outra. No meu caso tem alguns flashes desde a infância. Sonhava muito que iria ser mulher quando crescesse. Mas por ser uma família de formação religiosa, de ter todas aquelas expectativas, isso foi ficando bloqueado, reprimido. Ficou lá no inconsciente, que vinha para fora na forma de um sonho, na forma de uma fantasia.

Ser crossdresser ajudou você a se descobrir trans?
Lá no começo eu não tinha ideia de que fosse caminhar até aqui, de estar em algum momento de estar vivendo uma vida feminina. Durante o caminho eu tentei mudar muitas vezes, tentei parar, tentei voltar atrás, mas era só para descobrir que não tem volta. Depois que a gente se descobre é pior tentar resistir. Me descobri na vida adulta, quando passei a morar sozinho, passei a processar as informações e fui colocando para fora aos poucos. De fato foi uma caminhada longa.

A partir de qual momento que você disse: Chega, agora sou transexual?
A primeira vez que eu saí de casa montada. Tive certeza absoluta de que eu deveria passar a viver 100% como mulher. Foi como sair de dois armários ao mesmo tempo. Isso faz cinco anos. Comecei a me hormonizar, trabalhar isso em terapia, deixar o cabelo crescer, fazer laser, usar brincos no dia-a-dia. Há dois anos eu comecei a assumir publicamente a vida feminina.

Como as pessoas reagiram?
Não fiz a mudança de um dia para o outro, então já deu para ver os amigos que iam permanecendo e os que iam embora. Não teve uma questão muito traumática nesse momento porque eu já vinha trabalhando isso antes. O lado profissional foi a parte mais complicada. Além da questão da transição desses conflitos, passei por um problema de depressão e outros problemas de saúde. Tenho alguns colegas de trabalho que me compreenderam, mas o ambiente de trabalho ficou tenso. Não sofri agressões diretas, mas também não tive mais aceitação.

Você assinava como Louise Stern. Por que decidiu mudar o nome? 

Gostava muito de uma atriz do cinema mudo chamada Louise Brooks. E Stern porque sou de origem alemã e “Stern” é estrela em alemão. Depois que me assumi como transexual, resolvi abrasileirar o nome: Louise ficou Luisa. E Helena foi porque seria o nome que eu receberia caso nascesse uma mulher biológica.

Silicone e cirurgia de transgenitalização... pensa em fazer?
Passa sim. A cirurgia de transgenitalização é o meu objetivo final. Estou passando por um processo transexualizador lá de Porto Alegre, no Hospital de Clínicas, e estou na fila de espera para fazer a cirurgia. E se tudo acontecer, no segundo semestre de 2012 devo estar me encaminhando para isso. Já o silicone, tive dúvidas se precisava ou não, mas agora já vi até onde pode ir as mudanças com hormônios e eu acho que vou colocar um pouco de seios e no quadril para dar um acabamento. 


Você está sempre envolvida com a militância. Isso é de fato importante para sua vida?
É importantíssimo. Posso contribuir por minha formação, porque além de ser funcionária pública no setor financeiro, também sou bacharel em direito. No momento em que passei a me assumir como mulher, também procurei a militância, que me ajudou muito. Mesmo depois da cirurgia de transgenitalização, ao contrário de muitas transexuais, continuarei lutando pelos direitos LGBT.

Como você definiria a Luisa de ontem em relação a Luisa de hoje?
A de hoje é muito mais feliz, tranquilamente. Há muito tempo coloquei no meu perfil alguns versos da música Super-Homem de Gilberto Gil: Um dia tive a ilusão que ser homem bastaria/ Até descobrir o que o mundo feminino me daria. Então sei o que sou por causa da mulher. Sou feliz e realizada por já ter conquistado essa identidade feminina.

Fonte:
Mix Brasil
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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

2 anos de blog Cultura Crossdresser

No último dia 24 de novembro, o blog Cultura Crossdresser completou 2 anos de atividades. Até o momento, fizemos 158 postagens.

Desde que começamos a contar as visitas, em fevereiro de 2009, tivemos quase 79 mil acessos, com uma média de 119 por dia.

Aproveitando a combinação do aniversário com novas atividades e projetos que estão em andamento na minha vida pessoal, no tocante ao ativismo em defesa dos direitos de travestis e transexuais, o Blog será reformulado e contará com algumas inovações.

A partir do aniversário e nos 30 dias seguintes, até a véspera do Natal, faremos uma retrospectiva de alguns momentos importantes, bem como passaremos a adotar outro critério nas novas postagens, tais como:

- diminuir as postagens ligadas à transexualidade e outros campos do universo LGBT, pois passaremos a abordar estes assuntos em um outro projeto. Mas o tema não será esquecido, mantendo-se sempre a ligação entre um e outro;

- fazer um retrospectiva de alguns momentos importantes destes 2 anos, inclusive recuperando postagens antigas, para lembrar a quem não teve a chance de ler na época e para atualizar o assunto, quando necessário;

- retomar as postagens sobre filmes ligados ao nosso universo;

- adotar uma linha mais autoral na novas postagens, explicando didaticamente a origem e as nuances do crossdressing, de forma a esclarecer a quem não tem muito conhecimento sobre o tema;

- abrir espaço para que as leitoras também possam escrever suas postagens, artigos e opiniões, desde que estejam dentro do tema e de acordo com a linha editorial da Cultura Crossdresser.

Enfim, começamos com um pouco de atraso, mas aguardem, pois as novidades vão chegar.

"ALEA IACTA EST"


Beijusss,

Luísa Helena Stern